“Eu acho que a América Latina e o Caribe estão dando uma boa demonstração de maturidade, envolvendo governo de todos os matizes ideológicos, que têm em comum o desejo de integrar a América Latina e o Caribe, com um espaço próprio”, disse Amorim em entrevista coletiva, em Salvador| Foto: Jamil Bittar / Reuters

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira (15), durante a cúpula dos países da América Latina e Caribe, que a reunião dessas nações representa um momento histórico e que é inacreditável que para debater seus problemas esses chefes de Estado tenham que convidar os Estados Unidos, a Espanha ou Portugal.

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"Eu acho que a América Latina e o Caribe estão dando uma boa demonstração de maturidade, envolvendo governo de todos os matizes ideológicos, que têm em comum o desejo de integrar a América Latina e o Caribe, com um espaço próprio", disse durante entrevista coletiva em Salvador.

Segundo ele, isso não quer dizer que esses governos não desejam ter uma boa relação com os Estados Unidos. Porém, Amorim avaliou que os norte-americanos não desejam mais ter a hegemonia que tinham no passado sobre a região.

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"Eu acho que eles [os Estados Unidos] não querem, acho que não é desejável e acho que não é possível, usando essa palavra citada, a hegemonia. Isso não quer dizer que você não tenha uma relação muito boa com Estados Unidos. Vamos ter boa relação com Estados Unidos e queremos ter uma boa relação com os Estados Unidos? Sim queremos, mas é bom que eles vejam que temos também mecanismos de integração, de desenvolvimento que não dependem de uma tutela externa", argumentou.

O ministro disse que é inacreditável que depois de 200 anos de independência os países da América do Sul ainda precisem da intromissão de outras nações para se reunir. "É inacreditável que em 200 anos de independência da América Latina quando tem uma reunião internacional tenha que ter ou Estados Unidos, ou União Européia, ou o Rei da Espanha ou o presidente de Portugal. Não é possível que isso seja necessário. É bom reunir com eles também, é ótimo. Mas, é muito bom também que nós sejamos capazes de tratar dos nossos problemas. Nós que somos países em desenvolvimento dessa parte do mundo. Eu acho que isso é uma coisa histórica", salientou.