A Anistia Internacional denunciou nesta terça-feira (28) uma "escalada" da repressão no Irã durante o último ano, que segundo a organização agrava-se pouco antes das eleições legislativas de 2 de março.
O documento de 71 páginas publicado por esta Organização Não-Governamental detalha como as autoridades iranianas reprimiram qualquer forma de manifestação desde os protestos convocados em fevereiro de 2011 pelos opositores Mir Hosein Musavi e Mehdi Karubi.
"Tudo pode levar à prisão (no Irã), criar um grupo na internet, formar ou se unir a uma ONG, expressar oposição ao status quo", denuncia Ann Harrison, diretora interina da Anistia Internacional para o Oriente Médio, citada no comunicado.
Segundo a Anistia, nos últimos meses houve uma onda de prisões de advogados, estudantes, jornalistas, ativistas, membros de minorias étnicas e religiosas e cineastas.
"Este relatório espantoso mostra a hipocrisia das tentativas do governo iraniano de mostrar sua solidariedade com as revoltas de Egito, Bahrein e outros países da região", destacou Ann Harrison.
A ONG denuncia também que as autoridades iranianas reforçaram seu controle sobre a internet, que percebem como uma ameaça, e aumenteu seus ataques contra os defensores dos direitos humanos.
Segundo a ONG, em 2011 as execuções públicas se multiplicaram por quatro em comparação com 2010. A Anistia Internacional chama a comunidade internacional a se mobilizar sobre esta questão e a não concentrar todos os esforços no controverso programa nuclear de Teerã.