O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cancelou nesta quarta-feira (7) uma reunião bilateral que teria com o russo Vladimir Putin em setembro. O encontro estava previsto para acontecer antes da cúpula do G20, em São Petesburgo, também no mês que vem.
Mesmo com o cancelamento, Obama manteve sua participação no encontro de países. A retirada do encontro acontece em meio à tensão entre Moscou e Washington após os russos concederem asilo temporário de um ano ao técnico em informática Edward Snowden, na semana passada.
Snowden é responsável pelo vazamento do esquema de espionagem de dados telefônicos e de internet feito pelos Estados Unidos. Ele ainda fará uma parada na Suécia, onde deve se encontrar com o primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt.
O país nórdico pediu a extradição de outro procurado por Washington por vazamento de informações, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange. Abrigado na embaixada do Equador em Londres há mais de um ano, o australiano é acusado de abuso sexual, mas alega que a acusação é um pretexto para extraditá-lo aos EUA.
O cancelamento é uma das demonstrações de irritação dos Estados Unidos com a decisão russa de conceder asilo ao delator, cuja extradição é pedida por Washington para que ele seja processado por crimes como espionagem, roubo de informação sigilosa e traição à pátria.
Horas após a concessão do asilo, na quinta (1º), o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que Obama "reavaliava a necessidade" da reunião. Na ocasião, Carney disse que os americanos ficaram "extremamente decepcionados" com Moscou.
Delator
Snowden, de 30 anos, trabalhava para a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, sigla em inglês) como funcionário terceirizado da empresa Booz Allen Hamilton. Ele revelou detalhes sobre programas de espionagem à mídia britânica e norte-americana, que publicaram as informações no início de junho.
Ele ficou 39 dias morando na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, a espera de uma decisão sobre seu destino, já que teve seu passaporte cancelado pelos Estados Unidos. Agora, o delator está morando em um local secreto, não divulgado por seus advogados e pelo site WikiLeaks, que o assessora.
A NSA, cujo material foi divulgado por Snowden, é uma das organizações mais sigilosas do mundo. De acordo com as informações apresentadas pelo delator, a agência monitorou os registros de ligações de milhões de telefones da Verizon, segunda maior companhia telefônica dos EUA.
Também foram verificados dados de usuários de internet de todo o mundo em empresas de internet como Google, Facebook, Microsoft e Apple. O escândalo causou críticas ao presidente Barack Obama, que combateu a espionagem feita pelas agências quando fazia oposição ao republicano George W. Bush.
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