A rede de televisão britânica Sky News se juntou à British Broadcasting Corporation (BBC) ao se recusar a transmitir o apelo por ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, alegando que o anúncio arriscaria a objetividade da empresa. A recusa da BBC em transmitir o apelo enfureceu as campanhas humanitárias em prol dos palestinos, que acreditam que a emissora tomou o partido de Israel no conflito. A medida da Sky News, única rival da BBC na Grã-Bretanha na transmissão de notícias 24 horas, foi divulgada nesta segunda-feira (26).

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John Ryley, chefe da Sky News, disse: "O conflito em Gaza faz parte de uma das histórias mais desafiadoras e contenciosas para qualquer organização da mídia cobrir. Nosso compromisso como jornalistas é cobrir todos os lados da história sem comprometer a objetividade". O apelo por ajuda humanitária para a Faixa de Gaza foi feito pelo Comitê de Emergências de Desastres, grupo que reúne 13 entidades, entre elas a Oxfam e a Cruz Vermelha Britânica. Em 2004 o Comitê arrecadou fundos para socorrer as vítimas do tsunami no Oceano Índico.

Adrian Wells, chefe de notícias internacionais da Sky News, afirmou no canal que "os ânimos estão exaltados com essa história e foi por isso que tomamos a decisão. Temos que fazer isso como um canal internacional, ter o foco no nosso papel principal e ele é reportar a história e não ser parte da história", disse Wells. A ITV Plc, o Canal 4 e o Canal 5, as outras três emissoras de televisão na Grã-Bretanha levaram ao ar o apelo humanitário. A News Corp., que tem 39% de participação na BSkyB, também é dona da Dow Jones.

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Destruição e morte

Segundo informações do jornal britânico The Independent, que se baseou em declarações de Chris Gunness, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (UNRWA, na sigla em inglês), durante a ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza, entre 27 de dezembro do ano passado e 17 de janeiro, foram mortos 1.337 palestinos e 100 mil ficaram desabrigados. Cerca de 21 mil prédios residenciais foram destruídos ou danificados, enquanto 219 fábricas foram destruídas ou atingidas nos ataques. Treze israelenses foram mortos, dos quais dez eram soldados. As informações são da Dow Jones.