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Após causar mortes e destruição no Haiti, furacão Matthew avança para Cuba

Estragos deixados pelo furacão no Haiti | Hector Retamal/AFP
Estragos deixados pelo furacão no Haiti (Foto: Hector Retamal/AFP)

O furacão Matthew, que atingiu o Haiti com uma força devastadora nesta terça-feira (3), deixou três mortos e milhares de evacuados, destruiu dezenas de casas e ameaça quatro milhões de crianças neste pobre país, enquanto avança para Cuba.

O número de mortos no Haiti chegou a três, quando um homem que estava sozinho, e que não pôde abandonar seu lar, morreu ao sua casa ser destruída pelas ondas em Port-Salut, uma comunidade no sul do Haiti.

Uma mulher doente morreu na noite de segunda-feira (2), também em Port-Salut, ao não conseguir sair de casa para receber ajuda médica. E na sexta-feira (31), um homem faleceu quando naufragou a embarcação na qual ia com outros dois pescadores, que conseguiram chegar até à costa, no litoral sul.

No total, 9.280 pessoas foram evacuadas para escolas, igrejas e outros centros comunitários, disse Guillaume Albert Moléon, porta-voz do Ministério do Interior haitiano.

O “extremamente perigoso” furacão atingiu a cidade de Anglais por volta das 7h locais (8h de Brasília) com ventos máximos de 230 km/h, o que o coloca na categoria 4, de um total de 5 na escala Saffir-Simpson, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), com sede em Miami.

Às 12h de Brasília, o olho do furacão se situava na costa oeste do Haiti e a 145 km do extremo leste de Cuba, onde acredita-se que irá avançar nesta terça-feira, assim como para Bahamas e outras ilhas, segundo o último boletim do NHC, que indicou que Matthew avançava a 17 km/h.

Antes de tocar a terra no Haiti - o país mais pobre das Américas, que divide a ilha La Española com a República Dominicana - Matthew já havia causado inundações em 11 comunidades, segundo Edgar Celestin, porta-voz da agência de Defesa Civil, à AFP. Os prognósticos indicam que Matthew provocará entre 38 e 63 cm de chuvas no sul do Haiti e, inclusive, mais de 100 cm em zonas pontuais.

Morte e destruição

A força do vento não havia reduzido nas últimas horas, e seus efeitos eram notados em um raio de 95 km do olho do furacão, segundo o NHC.

“É a pior tempestade que o Haiti sofre em décadas, e todos os danos serão, sem dúvida, significativos”, indicou Marc Vincent, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Haiti. “Mais de quatro milhões de crianças poderiam estar expostos aos estragos do furacão”, advertiu a organização em um comunicado.

Muitas pessoas se negaram a ser evacuadas e a deixar seus pertences nas áreas mais vulneráveis. Entre essas áreas destacam-se os bairros extremamente pobres e densamente povoados como Cite Soleil - onde 100 mil de seus 500 mil residentes enfrentam sérios riscos de inundação - e Cite L’Eternel, no Litoral.

O Haiti conta com mais de 10 milhões de habitantes. Milhares de pessoas ainda vivem em barracas de campanha desde o devastador terremoto de 2010.

Além disso, a erosão é muito perigosa devido às montanhas e o desmatamento.

Mais estragos

Na República Dominicana, o Centro de Operações de Emergências (COE) relatou 8.546 pessoas evacuadas em Santo Domingo e em províncias fronteiriças com o Haiti. Na Jamaica, o exército e reservas militares assistiam as instruções de emergência, e ônibus eram enviados para evacuar as pessoas das zonas mais vulneráveis.

Diante da ameaça de Matthew, 316 mil pessoas foram evacuadas por precaução na parte Leste de Cuba, segundo a Defesa Civil.

O número dois do organismo, Luis Ángel Macareño, disse à televisão estatal que a população em risco foi levada em sua maioria para moradias particulares e abrigos.

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