Cuba suspendeu por razões estratégicas o plano de quintuplicar a produção de álcool de cana, e agora pretende apenas duplicar a produção, que atualmente é de 100 milhões de litros, disse uma autoridade nesta quarta-feira (6).
O anúncio ocorre depois de o ex-presidente Fidel Castro criticar duramente a produção de biocombustíveis a partir de alimentos.
Luis Gálvez, diretor do Instituto Cubano de Investigações dos Derivados da Cana-de-Açúcar, disse que Cuba aumentará a produção de derivados, mas nunca à custa da alimentação.
"Estamos modernizando a indústria açucareira. Agora, em nenhum momento pretendemos competir com os alimentos", disse ele em entrevista coletiva em Havana.
Ele não citou a palavra etanol e disse que a redução de metas obedece a razões de mercado, disponibilidade de terras e estratégia.
"Estamos produzindo neste momento em torno de 100 milhões de litros de álcool, e com a modernização vamos duplicar essa produção", disse ele nesta quarta-feira.
Há dois anos, abrindo uma conferência sobre etanol em Havana, Gálvez havia anunciado um "acelerado programa" para quintuplicar a produção de álcool.
Mas isso foi antes que Fidel Castro, afastado do poder desde julho de 2006, começasse a escrever artigos alertando para o fato de que a produção de biocombustíveis a partir de produtos alimentícios poderia condenar bilhões de pessoas à fome.
Gálvez disse na quarta-feira que foram suspensos os planos para construir novas usinas, e que a intenção é modernizar as sete existentes, das quais quatro começarão a operar neste ano.
Fidel foi oficialmente substituído em fevereiro na Presidência por seu irmão Raúl, mas continua sendo muito influente.
A produção de açúcar sem refinar em Cuba foi de 1,5 milhão de toneladas na safra de 2007/08, contra 1,2 milhão no ano anterior.
A produção de açúcar refinado passou de 100 mil para 200 mil toneladas.
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