Após as duras críticas feitas pela comissão oficial que analisa a guerra no Líbano, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que não vai renunciar, mas disse que vai trabalhar para corrigir erros apontados no relatório divulgado nesta segunda-feira. O documento - elaborado por por dois juristas, dois ex-generais e um especialista em políticas públicas, indicados pelo governo - qualificou como falha grave de julgamento de Olmert a decisão de partir para a guerra contra o Hezbollah, em julho do ano passado.
- Não seria certo sair e não tenho intenção de fazer isso - disse Olmert em um pronunciamento à nação, transmitido pela TV.
O presidente da Comissão Winograd não deixou claro se o relatório inclui uma recomendação de renúncia de Olmert. Em declarações transmitidas ao receber uma cópia das conclusões do grupo, o premier disse que iria estudar o material.
- Este governo tomou as decisões e este governo vai lidar com a correção dos defeitos.
O primeiro-ministro defende que Israel obteve ganhos estratégicos na guerra em um acordo de cessar-fogo que baniu o Hezbollah de seus redutos na fronteira. Olmert disse que o conflito, que durou 34 dias, melhorou a segurança de Israel, por afastar o grupo guerrilheiro, apoiado pelo Irã e a Síria, e fortalecer uma força de manutenção de paz da ONU no sul do Líbano.
De acordo com o texto, porém, Olmert não tinha um "plano bem processado" quando lançou a campanha por ar, mar e terra, depois que guerrilheiros do Hezbollah sequestraram dois soldados israelenses em uma ação na fronteira.Popularidade de premier pode cair
A publicação das conclusões da comissão é preocupante para membros do gabinete, que temem a desestabilização do governo israelense. A mídia israelense disse no domingo à noite que Olmert estava muito preocupado com a menção da palavra "fracasso" no relatório, que poderia enfraquecer a ele e ao ministro da Defesa Amir Peretz.
O premier planejava uma sessão especial e estratégica com os ministros de seu partido no gabinete após a divulgação do relatório. Autoridades do partido disseram que Olmert e os ministros discutiriam uma resposta única ao resultados da investigação.
- O primeiro-ministro indicou o comitê. Ele respeita as recomendações do comitê - disse a porta-voz de Olmert, Miri Eisin.
Agora, a insatisfação pública com Olmert provavelmente irá aumentar e seu campo de ação para negociar a paz com os palestinos, incentivada pelos Estados Unidos, deve ser reduzido. O índice de aprovação de Olmert caiu para apenas um dígito nas pesquisas de opinião desde o início da guerra.
O Hezbollah disparou 4 mil foguetes contra Israel durante a guerra, enviando um milhão de pessoas a abrigos em ataques cuja maior potência bélica do Oriente Médio não pôde deter.
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