O senador Barack Obama está à frente em três pesquisas presidenciais divulgada nesta quinta-feira (18). Os resultados mostram o impacto da crise financeira na corrida pela Casa Branca e a diminuição do "efeito Palin" - a boa acolhida inicial da candidata à vice pelo Partido Republicano, Sarah Palin.
O candidato democrata, que tem atacado o rival John McCain sobre a sua capacidade para resgatar a economia norte-americana, lidera com 49% a 45% em pesquisa de intenção de votos nacional da Universidade Quinnipiac. Em uma sondagem da CBS e do The New York Times, Obama tem 48% a 43%. Já na pesquisa diária do Instituto Gallup, Obama tem 48% da intenção de votos e McCain está com 44%.
A escolha da governadora do Alasca como companheira de chapa de McCain alterou a corrida eleitoral e causou empolgação na fatia conservadora do eleitorado. Logo em seguida os republicanos apareceram na frente, preocupando os rivais.
Mas pesquisas mais recentes mostram uma diminuição desse impacto.
"O senador Obama está exatamente de volta para onde estava antes das convenções, com uma vantagem de quatro pontos porcentuais", disse Maurice Carroll, diretor do instituto de pesquisas da Universidade Quinnipiac.
O estudo da universidade mostra que o tema da economia pode estar levando votos para o senador por Illinois. De acordo com o trabalho, 51% acreditam que a proposta de McCain de cortar impostos ajudará apenas os ricos, enquanto para apenas 9% auxiliará a classe média. Enquanto isso, 33% acreditam que os planos de Obama para cortar impostos ajudarão a classe média, enquanto para 9% apenas os ricos ganharão com isso.
A sondagem da Quinnipiac mostra uma vantagem de 54% a 40% de Obama entre as mulheres. Esse é o principal grupo que os republicanos buscavam atingir com a nomeação de Sarah.
Entre os afro-americanos, Obama lidera com 91%. Também tem vantagem entre os mais jovens e os maiores de 55 anos. Os independentes se mostram divididos, com 46% para Obama e 45% para McCain.
Conduzida entre 11 de setembro e terça-feira, a pesquisa deve ter sido influenciada pelo recente aprofundamento da crise econômica.
Segundo a pesquisa CBS, os independentes que votariam em Obama no final de agosto decidiram apoiar McCain logo após a convenção republicana. Agora, voltaram a favorecer o democrata. Comportamento semelhante teria ocorrido entre parte das mulheres
A pesquisa diária do Gallup publicada nesta quinta (18) na página do instituto na internet entrevistou 2.815 pessoas, todas eleitores registrados, entre os dias 15 e 17 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e mostra que Obama já lidera fora da margem de erro, ao contrário da pesquisa diária de ontem, quando o candidato democrata estava com 47% da intenção de voto e o republicano com 45%. Na pesquisa desta quinta, Obama abriu quatro pontos porcentuais de vantagem.
"Não é possível determinar com exatidão quanto dos ganhos de Obama nesta semana devem ter sido causados pelas reações dos americanos ao noticiário da crise do mercado financeiro, embora essa explicação seja plausível", informou o Gallup.
Apesar da liderança geral, uma quarta pesquisa mostra os candidatos virtualmente empatados em Estados cruciais. Segundo sondagem realizada pela emissora CNN, revista Time e Opinion Research Corp., a situação é de empate na Flórida, em Indiana, na Carolina do Norte, em Ohio e em Wisconsin.
Obama fazia campanha nesta quinta-feira no Novo México, também considerado importante para a corrida eleitoral. Já McCain e Sarah estariam em Iowa, onde os democratas levam pequena vantagem.
Na quarta-feira, os candidatos buscaram transformar a crise em votos. Obama ridicularizou McCain como um membro vitalício da "rede dos velhos caras" que o republicano responsabilizou pela crise. Já McCain criticou a "cultura de cassino" de Wall Street.
Os dois candidatos viram com restrições a ajuda do Federal Reserve à seguradora American International Group (AIG). Porém consideraram a medida necessária para evitar problemas maiores na economia.
SEC
McCain fez um discurso de campanha mais tarde nesta quinta-feira (18), no qual disse que o presidente da comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission, ou SEC), Christopher Cox, deve ser demitido.
"O presidente da SEC é nomeado pelo presidente (dos EUA) e traiu a confiança do público", disse McCain ao discursar em Cedar Rapids, Iowa. "Se eu fosse presidente hoje, eu o demitiria."
No discurso, McCain sustentou que a SEC permitiu que ações fossem vendidas a descoberto, em um quadro que transformou "nossos mercados em um cassino".
McCain também criticou Cox por eliminar a chamada uptick rule, em julho de 2007. Essa regra era usada para regulamentar as operações de vendas a descoberto com ações. Agentes do mercado pedem que a regra seja retomada. Cox argumenta que ela seria ineficaz hoje em dia, com a atual configuração do mercado.
A Casa Branca afirmou que Cox tem o apoio do presidente George W. Bush. Questionada em e-mail se Bush apóia Cox, a porta-voz Dana Perino respondeu apenas: "Sim". As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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