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O presidente da França, Jacques Chirac, pediu nesta sexta-feira que se abra "o mais brevemente possível" o diálogo com as organizações estudantis e sindicais depois da grandes manifestações da quinta-feira contra o modelo de contrato juvenil proposto pelo governo - o "contrato de primeiro emprego", conhecido como CPE.

Segundo a prefeitura de Paris, 77 dos 187 manifestantes detidos na noite de quinta-feira continuam em poder da polícia na manhã desta sexta-feira. A Justiça abriu 104 processos relativos ao caso.

Chirac pediu "responsabilidade de cada um" envolvido nas discussões um dia antes de mais uma manifestação convocada para sábado. Os protestos acontecem em meio a uma polêmica que derrubou os índices de popularidade do primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin.

Villepin vem resistindo às pressões e argumenta que a medida ajudará a cortar a taxa atual de desemprego entre os jovens franceses, de 23%. Os ministros de governo, tentando abrandar a crise, defendem que o novo contrato seja debatido por seis meses.

Mas líderes estudantis e sindicais rechaçaram a oferta de negociações e dizem que a oposição continuará crescendo até Villepin retroceder. As tensões sociais geraram ano passado violentos e duradouros protestos nos subúrbios de grandes cidades francesas. Uma crise que se arrastasse por dias poderia ser muito desgastante para o governo.

Uma das principais reivindicações dos manifestantes é um sistema de proteção do emprego. Eles argumentam que o empregador pode demitir o jovem sem motivo algum. O ministro da Coesão Social, Jean-Louis Borloo, mostrou-se favorável nesta sexta-feira que se obrigue os empresários a justificar a ruptura de um CPE.

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