O governo de Burkina Fasso informou nesta quarta-feira que estaria disposto a acolher Muamar Kadafi em seu território, mesmo após reconhecer o Conselho Nacional de Transição (CNT) como representante legítimo da Líbia.
Em declaração lida pelo ministro de Relações Exteriores burquinense, Djibril Bassolet, o governo local se declarou preparado para dar as boas-vindas a Kadafi se "ele desejar". No entanto, Bassolet afirmou que os ativos do líder líbio nesse país estão congelados.
Embora o paradeiro de Kadafi seja desconhecido desde a invasão dos rebeldes a Trípoli, o líder líbio incentivou nesta terça-feira, em declarações ao canal de televisão sírio "Al Rai", "homens, mulheres, jovens e velhos a lutar contra os rebeldes na capital" líbia.
Bassolet também estimulou o conselho rebelde a abrir um processo democrático baseado em eleições livres e justas, e encorajou as partes do conflito líbio a "trabalharem juntas para preservar a integridade territorial, a união social e nacional do país".
Burkina Fasso foi o principal aliado da Líbia nos anos 90, quando ambos os países eram acusados frequentemente de incitar conflitos na África Ocidental através do fornecimento de armas a rebeldes.
Quando a Líbia sofreu o impacto das sanções internacionais naquela época, Burkina Fasso, junto com outros países africanos, se comprometeu a violar as sanções na cúpula de 1998 da Organização da Unidade Africana (OUA), antecessora da União Africana (UA).
No entanto, as relações entre o presidente Blaise Compaoré e Kadafi foram se deteriorando nos últimos anos, especialmente pelas divergências sobre a formação da União Africana.
O resultado desse esfriamento foi que o líder líbio deixou de financiar projetos na capital de Burkina, Ouagadougou, apesar de um hotel e a sede de um banco ainda representarem na cidade a antiga amizade entre Compaoré e Kadafi.
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