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Após tentativa de golpe, presidente turco reage com prisões e ameaças

Apoiadores do governo de Erdogan caminham pelas ruas de Ancara | Adem Altan/AFP
Apoiadores do governo de Erdogan caminham pelas ruas de Ancara (Foto: Adem Altan/AFP)

O primeiro dia após a tentativa frustrada de golpe contra o governo da Turquia foi marcado pela forte reação do presidente Tayyip Erdogan contra os rebeldes.

Poucas horas após conflitos que deixaram 265 mortos e derrotou as forças insurgentes, o governo turco anunciou ter prendido cerca de 2.800 militares, entre os quais dois generais de alta patente, e expurgado 2.745 juízes, inclusive um da Suprema Corte do país, Alparslan Altan.

Os militares foram acusados de participar da tentativa de golpe, enquanto os magistrados seriam ligados a Fethullah Gülen, religioso autoexilado nos Estados Unidos desde 1999 a quem Erdogan acusa de ter participado do plano para depô-lo.

Em discurso para apoiadores neste sábado (16), o presidente turco pediu que o presidente americano Barack Obama extradite o clérigo. Em Luxemburgo, o secretário de Estado John Kerry afirmou que o país não fez um pedido oficial de extradição, mas que, se fizesse, ele seria avaliado, desde que o governo turco apresente provas dos crimes.

Gulen negou publicamente envolvimento na tentativa de golpe e levantou a possibilidade de que a trama, na verdade, não tenha passado de uma encenação de Erdogan para prender seus opositores.

“Há uma pequena chance, uma possibilidade de que tenha sido um golpe encenado para acusar [opositores] na Justiça”, afirmou, por meio de um tradutor, na Pensilvânia, nos EUA, onde mora.

No mesmo discurso em que pediu a extradição, Erdogan afirmou que deve enviar para apreciação do Parlamento a proposta de implementar a pena de morte no país.

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