O ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, disse ontem que seu país está disposto a restabelecer relações diplomáticas com a Bolívia, apesar de o governo boliviano reivindicar uma saída para o mar perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
“O Chile está disposto a restabelecer as relações diplomáticas imediatamente se existir vontade política”, afirmou Muñoz em entrevista a uma emissora de rádio. Mais tarde, ele explicou que a proposta não é formal, mas reiterou a disponibilidade do país para o diálogo.
O chanceler boliviano, David Choquehuanca, disse que o país só aceita retomar relações depois de reaver o acesso ao mar. “Se o restabelecimento das relações diplomáticas com o Chile for resolver o enclausuramento da Bolívia, nós estamos dispostos a retomar”, disse Choquehuanca.
Muñoz fez as declarações dois dias depois de o papa Francisco, em visita à Bolívia, pedir diálogo “franco e aberto” para “evitar conflitos com os países irmãos”. Francisco citou a reivindicação de saída ao mar.
A saída para o mar pertencia à Bolívia até os dois países entrarem em guerra no final do século 19. Chile e Bolívia romperam as relações no início dos anos 60, retomando-as por um breve período entre 1975 e 1978. Em 2013, a Bolívia processou o Chile no CIJ.