Israel realizou neste domingo novos ataques aéreos contra instalações do Hamas na Faixa de Gaza e está posicionado para uma possível invasão do território. Dois dias de bombardeio israelense deixaram pelo menos 296 palestinos mortos. Mais de 700 estão feridos.
Israel disse que a campanha é uma resposta aos ataques com foguetes do Hamas, que se intensificaram depois de o grupo pôr fim a uma trégua de seis meses há uma semana.
Neste fim de semana, militantes dispararam cerca de 80 foguetes contra Israel, segundo serviços de emergência, menos do que alguns analistas esperavam.
Nos limites da Faixa de Gaza, tanques israelenses estão posicionados para adentrar o território, onde vivem 1,5 milhão de palestinos. O gabinete de Israel aprovou a convocação de 6,5 mil reservistas.
A ministra do Exterior de Israel, Tzipi Livni, que pretende se tornar a premiê nas eleições de 10 de fevereiro, aparentemente descartou uma invasão em grande escala à Faixa de Gaza, uma ação que restauraria o controle israelense na região.
"O nosso objetivo não é reocupar a Faixa de Gaza," disse ela a um programa da rede norte-americana NBC. Perguntada no canal Fox News se Israel derrubaria o governo do Hamas em Gaza, Livni respondeu: "Não agora."
Mark Regev, porta-voz do premiê israelense Ehud Olmert afirmou que Israel continuará com a campanha "até obter um novo ambiente de segurança, até a população não mais viver sob o terror e o medo de foguetes."
Perguntado sobre quanto tempo a operação duraria, Avi Benayahu, porta-voz militar, afirmou à TV israelense que a ação poderia levar "ainda muitos dias."
O porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum fez um chamado para que os grupos palestinos usem em resposta "todos os meios disponíveis, incluindo operações de martírio," numa referência a atentados suicidas em Israel.
Depois dos ataques de sábado, um dos dias mais sangrentos em 60 anos de conflitos entre israelenses e palestinos, aviões de Israel destruíram a principal instalação de segurança do Hamas em Gaza neste domingo.
Israel bombardeou no sul de Gaza 40 túneis na fronteira com o Egito usados para contrabando.
Dezenas de palestinos cruzaram para o Egito através de buracos feitos com explosivos e escavadeiras no muro da fronteira. Atiradores palestinos trocaram tiros com a polícia egípcia, que, segundo testemunhas, prendeu vários que tentavam entrar no país.
VÍTIMAS
Israel afirmou que a grande maioria dos palestinos mortos era de militantes. O Hamas disse que 180 dos seus membros foram mortos. Um israelense foi morto por foguete atirado de Gaza.
Livni declarou que Israel está fazendo o máximo possível para atingir somente o Hamas e militantes, mas que "infelizmente numa guerra às vezes os civis também pagam o preço."
Analistas israelenses afirmam que os líderes do país, conscientes do risco de reocupar a Faixa de Gaza antes de uma eleição, estão tentando com os ataques forçar o Hamas a uma trégua de longo prazo.
Na Cisjordânia, soldados israelenses abriram fogo contra manifestantes palestinos que atiravam pedras. Autoridades médicas disseram que dois palestinos foram mortos.
Em Hebron, forças palestinas leais ao presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, atiraram e feriram três pessoas durante um ato de grupos islâmicos a favor do Hamas.
No Cairo, Abbas acusou o Hamas de detonar os ataques israelenses, ao não ampliar a trégua com Israel.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas defendeu um cessar-fogo.
Grupos de ajuda humanitária disseram temer uma crise na Faixa de Gaza. Nos hospitais da região, os suprimentos estão no fim, devido ao bloqueio israelense ao território.
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