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Saúde

Aquecimento pode provocar alergias e carrapatos, diz OMS

A mudança climática pode ampliar a temporada de pólen e facilitar a difusão de carrapatos transmissores de doenças no norte da Europa, além de permitir que mosquitos prosperem em novas áreas da África e da Ásia, disseram autoridades de saúde pública nesta semana.

De acordo com especialistas presentes na assembléia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra, o aquecimento global já começou a alterar os padrões de doenças parasitárias e transmitidas pela água em áreas vulneráveis a secas e inundações.

Problemas respiratórios e cardíacos podem se tornar mais marcantes depois de ondas de calor e de um aumento da presença de material particulado (poeira, por exemplo) no ar, de acordo com Bettina Menne, da divisão européia da OMS. Ela afirmou que o pólen, responsável por muitas alergias, pode ser liberado antes pelas plantas e ficar mais tempo no ar quando o clima é mais quente.

Ela também citou o movimento dos carrapatos transmissores da doença de Lyme para o norte da Europa, num exemplo dos novos desafios sanitários que vão acompanhar o contínuo aquecimento da Terra, um fenômeno que os cientistas atribuem principalmente à atividade humana.

"A mudança climática já afetou a saúde humana", disse ela na noite de segunda-feira, durante uma reunião técnica da OMS.

Surtos de cólera e malária em países em desenvolvimento são resultado de mudanças ambientais que afetam os parasitas e as fontes de água, segundo a especialista.

O sul da Ásia foi descrito no evento como um local particularmente ameaçado, por ter países propensos a inundações, como Bangladesh, além do degelo de glaciais do Himalaia, áreas desertas e grandes cidades litorâneas, onde a mudança climática poderia facilitar a transmissão de doenças e exacerbar as pressões da desnutrição.

Maria Neira, diretora da OMS para saúde pública e meio ambiente, disse ser importante que os políticos lembrem que a mudança climática pode ter um impacto mais amplo do que outras ameaças ambientais e econômicas muito debatidas.

Ela afirmou que os especialistas em saúde deveriam estar mais envolvidos nas decisões sobre uso e conservação de energia, e deveriam convencer os políticos sobre a necessidade de haver mais preparativos para crises sanitárias, o que incluiria a rápida distribuição de mosquiteiros e medicamentos contra a malária.

"A comunidade sanitária, mais e mais, precisa influenciar e estar presente quando essas decisões forem tomadas", afirmou.

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