Cerca de 600 argelinos e quatro estrangeiros teriam sido libertados de um campo de exploração de gás natural na Argélia tomado por extremistas islâmicos, segundo a agência de notícias estatal do país, APS.
Os estrangeiros seriam dois escoceses, um francês e um queniano. A operação, no entanto, teria resultado na morte de outros reféns, de acordo com a agência, citada pelo site da BBC.
As autoridades da Irlanda também confirmaram que foi liberado um cidadão do país. Segundo a agência de notícias britânica Press Association, o homem, que teria 36 anos, já havia conversado com a família, que mora em Belfast, na Irlanda do Norte.
Um argelino que estava nas instalações durante o ataque afirmou que os sequestradores disseram que não iriam machucar os muçulmanos, mas que pretendiam matar "cristãos e infiéis". Não está claro se ele escapou ou foi libertado."Os terroristas pareciam conhecer muito bem a base", disse, "movendo-se por ela, mostrando que sabiam por onde estavam indo".
O ministro das Comunicações do país, Mohamed Said, afirmou, em declaração oficial à APS, que a operação militar ainda está em curso e defendeu sua necessidade, já que "não haverá negociação nem descanso na luta contra o terrorismo". Em um pronunciamento anterior, ele havia confirmado haver "muitas vítimas" entre os extremistas.
Al Qaeda
O campo de gás do leste da Argélia, próximo à fronteira com a Líbia, foi tomado por um grupo suspeito de manter ligações com a Al Qaeda na manhã de ontem, fazendo reféns centenas de trabalhadores argelinos e dezenas de estrangeiros.Segundo o "Guardian", estes últimos são de pelo menos oito nacionalidades: britânica, irlandesa, francesa, malaia, japonesa, romena, norueguesa e americana.
Hoje, o Exército argelino iniciou uma operação no local, ignorando um pedido do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que qualquer ação do tipo fosse feita em coordenação com o Reino Unido. Segundo a APS, a tentativa de retomar o campo resultou em mortes tanto de militantes extremistas quanto de reféns.A agência de notícias estatal da Mauritânia havia estipulado em dezenas o número de estrangeiros mortos na quinta, durante a operação, mas a informação foi negada por Argel.
A agência mauritana afirma ter entrado em contato com os sequestradores, os quais afirmaram que o motivo para o ataque seria a intervenção francesa no conflito em curso entre rebeldes e governo no Mali, iniciado na sexta. A informação não é confirmada por nenhum governo envolvido no caso e analistas suspeitam que o ataque parece ter sido planejado com mais antecedência.
O campo tomado pelos extremistas, chamado Tigantourine, próximo à vila saariana de In Amenas, é operado em parceria pela BP e as estatais petrolíferas argelina, Sonatrach, e norueguesa, Statoil.
- O 'caolho' por trás da operação que sequestrou 41 reféns na Argélia
- Forças argelinas lançam operação para libertar reféns
- Exército liberta cerca de 600 reféns argelinos
- Sequestradores dizem que há 7 reféns ocidentais vivos
- Ataque de Forças da Argélia mata 34 reféns, diz agência ANI
- Argélia reforça fronteiras para conter terroristas, conta jornalista argelino
- 30 reféns escapam de campo de gás na Argélia
- Sequestradores pedem saída de exército argelino para iniciar negociações
- Sequestro de estrangeiros no Saara dá caráter global a guerra no Mali
- Grupo extremista assume autoria de sequestro de 40 estrangeiros