O mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, promete infernizar Argentina, Brasil, Paraguai e demais países da América do Sul nesse verão. Na Argentina, os primeiros casos da doença já foram registrados no norte do país, nas províncias de Chaco e Misiones, onde o calor atinge altas temperaturas, e em outras regiões, como em Santa Fe O Paraguai e Brasil também confirmaram aumento dos casos. Há alguns dias, a capital portenha foi invadida por mosquitos, disparando o alerta da população e dos médicos.

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Para o médico Jorge San Juan, especialista em infecções de um dos hospitais de referência de Buenos Aires, o Muñiz, a invasão de mosquitos, que afeta a capital federal e a periferia, "é apenas uma mostra do que vai suceder" dentro de algumas semanas. "Podemos ter muitos mais no mês que vem, já que o calor é mais estável, o que favorece a proliferação dos mosquitos", explicou em entrevista à uma rádio portenha.

O fenômeno El Niño, caracterizado pela alta das temperaturas e chuvas provocadas pelo aquecimento marítimo, favoreceu a proliferação do mosquito, explicou. De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPS), no ano passado, a região da América do Sul registrou 585.866 casos de dengue. A cifra representa um crescimento de 153% em relação à média registrada pelo organismo entre 2000 a 2007. Os números se repetiriam em 2009 e aumentariam em 2010, segundo as projeções da OPS. De acordo com a OPS, o Brasil tem registrado 60% dos casos de dengue na região.

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Os especialistas da OPS explicam que o mosquito tinha desaparecido na década de 50, mas reapareceu nos últimos anos por causa das mudanças climáticas e urbanização não planejada. A cada verão, os focos da doença são mais fortes e a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a dengue uma epidemia de alta complexidade. No início desta semana, os governos da Argentina, Brasil e Paraguai assinaram um acordo para o combate conjunto da dengue.

Em 2009, a Bolívia foi o segundo país que mais sofreu com a doença, registrando mais de 1.500 casos por dia. No último verão, o Ministério de Saúde da Argentina registrou 17.856 casos, mas as organizações não governamentais afirmam que foram mais de 40 mil. As ONGs consideram que as campanhas de educação da população são insuficientes e que as medidas de prevenção são tomadas muito tarde.

De janeiro à primeira semana de dezembro de 2009, a OPS disse que Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, juntos, verificaram 438.704 casos de dengue. A forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica, atingiu cerca de 17 mil pessoas nesses países mais a região andina, que compreende Bolívia,Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Os números da OPS mostram que 364 pessoas morreram. Na Argentina, folhetos educativos foram distribuídos na escola e uma campanha nas rádios e TV alertam sobre as medidas de prevenção: eliminar todos os objetos que possam acumular água de chuva; manter baldes, frascos e outros objetos de uso na casa com a boca para baixo; não deixar água estancada; trocar água dos vasos e bebedouros de animais diariamente; reforçar as medidas de higiene nos lares; não deixar lixo acumulado, entre outras.