Arquivos de documentos militares confidenciais dos Estados Unidos fornecem avaliações de inteligência de quase todas as 779 pessoas que já estiveram detidas na prisão da baía de Guantánamo, em Cuba.

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Os documentos secretos, colocados à disposição do jornal The New York Times e outras empresas noticiosas, revelam que a maioria dos 172 prisioneiros remanescentes foram classificados como tendo 'alto risco' de representar uma ameaça aos EUA e seus aliados se liberados sem reabilitação e supervisão adequadas, relatou o diário.

Os documentos, fornecidos pelo WikiLeaks, também mostram que cerca de um terço dos 600 detidos já enviados para outros países também foram considerados de 'alto risco' antes de serem libertados e entregues à custódia de outros governos, afirmou a reportagem do Times no final do domingo.

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Os dossiês, preparados durante o governo Bush, ainda revelam a coleta de inteligência amadorística em zonas de guerra que levou ao encarceramento de inocentes durante anos em casos de identidade trocada ou simples azar, disse o jornal norte-americano.

Em sua maior parte, os documentos silenciam a respeito do uso de táticas duras de interrogatório em Guantánamo, que atraíram a condenação mundial.

Dois anos atrás o presidente Barack Obama prometeu fechar a prisão na base naval em Cuba, que permanece aberta e em um limbo legal.

Autoridades do governo Obama criticaram o vazamento dos documentos, mas disseram que o material está defasado.

Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono, e Dan Fried, enviado do Departamento de Estado, disseram em um comunicado conjunto que o comitê de avaliação de Guantánamo, criado em janeiro de 2009, fez suas próprias avaliações.

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"As avaliações da Força Tarefa de Avaliação de Guantánamo não foram comprometidas pelo Wikileaks. Ademais, qualquer DAB (Relatórios de Avaliação de Detentos na sigla em inglês) obtido ilegalmente e divulgado pelo Wikileaks pode ou não representar a visão atual de um determinado detido", afirmou a declaração.

Esta é a mais recente leva de documentos secretos dos EUA vazada pelo Wikileaks, que já havia liberado relatos confidenciais do Pentágono sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque e 250 mil despachos do Departamento de Estado.

Bradley Manning, soldado de 23 anos acusado de ser a fonte dos documentos vazados pelo WikiLeaks, está detido desde maio do ano passado.

O campo de detenção de Guantánamo foi aberto para abrigar prisioneiros capturados na guerra que o governo do presidente George W. Bush desencadeou no Afeganistão pouco após os ataques de 11 de setembro de 2001.

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