Em meio à intensificação dos protestos contra o regime de Bashar Assad em diversas cidades da Síria, foram divulgados por meio do WikiLeaks documentos do Departamento de Estado dos EUA indicando que o governo americano financiava opositores sírios. Desde 2006 de acordo com os documentos que foram repassados ao Washington Post, os EUA concederam cerca de US$ 6 milhões para uma rede de TV denominada Barada, que é ligada a grupos opositores em Londres. O governo americano também teria financiado atividades da oposição dentro da Síria, mas não há informações sobre se esse apoio ainda ocorre.
O regime sírio utilizou os órgãos de imprensa estatais para repercutir a informação de que os EUA apoiam a oposição, com a agência de notícias Sana colocando a capa do Washington Post em seu site. Desde o início dos levantes, Assad vem dizendo que as manifestações são uma sabotagem organizada por forças estrangeiras. Apesar de uma aproximação nos últimos anos, as relações dos dois países é fria.
Mesmo depois de Assad se comprometer a levantar nas próximas semanas o estado de emergência, vigente desde 1963, os protestos continuaram na segunda-feira. Dezenas de milhares de manifestantes tomaram a praça principal de Homs, uma das maiores cidades da Síria.
O protesto em Homs ocorreu um dia depois de 14 manifestantes terem sido mortos por forças de segurança do regime, segundo relatos de opositores. Ao todo, mais de 200 morreram desde o início dos levantes. O governo nega envolvimento nas mortes e não há confirmação independente. Durante a manifestação em Homs, de onde veio grande parte dos imigrantes sírios para o Brasil, a população pedia a queda de Assad, em uma intensificação das reivindicações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.