O incidente trágico no Arizona trouxe certo estremecimento à pré-campanha, ainda não oficializada, da candidata dos "chazeiros" às prévias republicanas, a ex-governadora do Alasca Sarah Palin. Se antes do tiroteio em Tucson Palin era apontada como um dos principais nomes do partido à disputa, alguns analistas acreditam que o futuro cenário eleitoral possa sofrer algumas mudanças.
"Suas chances de obter apoio do Partido Republicano deverão cair. Seus possíveis financiadores [de campanha] ficarão confinados a setores muito específicos, como fabricantes de armas por exemplo", explica Gilberto Rodrigues, professor da Fasm e da Unisantos.
"Acredito que os republicanos deverão optar por um nome mais moderado do partido, alguém com uma postura combativa mais civilizada", completa Rodrigues.
Além disso, outra característica de Palin pode obstruir sua caminhada à Casa Branca. "Sarah Palin é uma política populista, com uma retórica muito provocadora, destinada, sobretudo, aos círculos mais conservadores da direita americana", analisa o português Nuno Gouveia, doutorando em Ciências da Informação, com especialização em campanhas eleitorais na internet.
"Pelo que tenho avaliado do comportamento de Palin desde que foi candidata à vice-presidente em 2008, acho que ela sempre encontrará dificuldades em conseguir a nomeação republicana", afirma.
A praticamente dois anos da eleição, segundo os especialistas, a sombra projetada sobre Palin após o tiroteio em Tucson deve se dissipar com o tempo. Mas o Intrade, um famoso site de apostas que tenta prever a possibilidade de fatos diversos acontecerem, já registra a franca queda de Palin nos últimos dias (veja no gráfco).