O Haiti está pintado no imaginário brasileiro como uma aberração, um lugar de horrores indizíveis, fadado a uma difusa maldição proveniente do vodu e onde nada prospera. A convivência da Gazeta do Povo com a população haitiana durante uma semana, porém, revela que, independentemente da instabilidade política e do caos organizacional, o país é formado por faces reais e surpreendentes que estão longe da desgraça.
Ainda que a destruição deixada pelo terremoto nunca seja completamente retirada das ruas, o lixo jamais recolhido sistematicamente e as crianças continuem com acesso parcial à escola, o haitiano tem orgulho do que é e não se considera um fracasso.
Apesar de mais da metade da população com estudo estar fora do país, ouvimos vários depoimentos de haitianos que se recusam a deixar o país, não importa quão caótico seja. "Quero ajudar o Haiti a se desenvolver."
E esse não é um discurso proferido apenas por quem estudou, tem uma profissão ou habilidade e poderia trabalhar facilmente nos Estados Unidos mas, por algum motivo, não se deixou ser "sugado" pelo anseio por mais qualidade de vida possível no exterior.
Crianças de dez anos que moram na favela e gente com educação superior e especializações fora do país, surpreendentemente, repetem o mantra: "Quero ajudar o Haiti".
Claro que há exceções. "Todos me perguntaram se eu estava louco de voltar do Brasil", relembra um funcionário haitiano da ONG Viva Rio que trabalha em Porto Príncipe e passou cinco meses em treinamento no Rio de Janeiro.
Conheça algumas dessas histórias mais de perto.
Serviço: Em meio a quase 200 ONGs que atuam no Haiti, algumas são citadas com frequência pela qualidade dos serviços prestados. Saiba como contribuir com algumas delas: Viva Rio Banco do Brasil - agência 1769-8, conta corrente 411396-9. CNPJ: 00343941/0001-28. Médicos sem Fronteiras - www.msf.org.br, clique em "Seja um doador". Cruz Vermelha - www.cicr.org, clique em "português" e "fazer uma doação". É preciso selecionar o programa para o qual deseja doar.
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