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Trânsito caótico na capital Porto Príncipe: comércio é realizado pelas calçadas, quando existem. Carros de funcionários de ONGs e da ONU aumentam engarrafamentos | Fotos: Antonio Costa – Enviado especial/ Gazeta do Povo
Trânsito caótico na capital Porto Príncipe: comércio é realizado pelas calçadas, quando existem. Carros de funcionários de ONGs e da ONU aumentam engarrafamentos| Foto: Fotos: Antonio Costa – Enviado especial/ Gazeta do Povo
  • Em todos os acampamentos, limpeza da roupa é atividade principal e constante
  • Crianças e adultos muito bem arrumados tornam as ruas da capital mais bonitas e coloridas
  • Os toaletes instalados pela ONG Viva Rio num acampamento de desalojados e o biodigestor, que transforma dejetos em metano

Os haitianos são unânimes quando dizem que nada vai an­­dar no país enquanto a situação política não for estabilizada. Há tanto para se fazer, após o terremoto que desabrigou 1,5 milhão de pessoas e trouxe um prejuízo de US$ 7,8 bilhões ao país, que parece loucura estender o processo eleitoral para além dos prazos, fruto de protestos populares e, dizem alguns, do atiçamento do próprio governo.

Assista ao vídeo produzido pela reportagem da Gazeta do Povo no Haiti

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A estabilidade proveniente da instalação pacífica do próximo presidente poderia estimular empresas como as brasileiras Vicunha, Paramount e Cotemi­­nas a levar adiante investimentos que planejam no país, e, consequentemente, a criação de vagas de emprego.

Mas outros problemas também atrasam o desenvolvimento e recuperação do Haiti. Um deles é o fato de boa parte das crianças não frequentar a escola, que é paga. E quem consegue terminar os estudos e se capacita em uma profissão enfrenta a ?tentação? do exterior. ?Acre­­dito que de 65% a 75% das pessoas com alguma habilidade téc­­nica estejam fora do país?, lamenta o consultor de negócios internacionais haitiano Lio­­nel Dela­­tour.

Para quem fica no Haiti, falta treinamento. A ponto de a ONG brasileira Viva Rio precisar le­­var um time de faxineiros, devidamente treinados, para limpar banheiros num campo de desabrigados cheio de mão de obra ociosa.

?Este é um dos problemas que enfrentamos por aqui, a falta de mobilização?, diz uma funcionária da ONG Oxfam.

Vídeo - Haiti um ano depois

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Por isso, a presença de organizações internacionais no país caribenho é vista como muito positiva, não só pela ajuda emer­­gencial que estão prestando, mas também pelo ensino de novas funções profissionais.

Treinamento

A Viva Rio, que estava no Haiti desde 2004 e, quando ocorreu o terremoto, viu a demanda por seu trabalho ?explodir?, emprega hoje 300 haitianos e mais 600 pessoas temporárias a cada três meses.

A entidade capacita a população para tarefas desde as mais simples ? limpeza de ruas, co­­leta de escombros ? até a construção de complexos sistemas de reaproveitamento.

É o caso do biodigestor erguido pela ONG em escolas e acampamentos de deslocados. Trata-se de banheiros ? artigo raro no país ? ligados a um coletor de dejetos humanos. Ali a decomposição gera água rica em material orgânico, ótima para irrigação de plantas, e gás metano, que em geral abastece cozinhas.

Inflação

Um efeito colateral da presença maciça de ONGs no Haiti é a demanda por serviços. Além de cerca de 10 mil funcionários ou voluntários das organizações não governamentais, há 12 mil civis e militares sob o guarda-chuva da ONU no país.

Aluguel de casas, contratação de faxineiros e motoristas, entre outras necessidades dos ?internacionais? acabam abrindo vagas de trabalho aos haitianos ? mas, por outro lado, in­­flacionam os preços.

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