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Síria

Assad tenta forçar submissão de Homs e alarma o mundo

Manifestantes batem na imagem do presidente Bashar al-Assad com sapatos durante um protesto contra o regime de Assad do lado de fora da embaixada síria, em Londres. As forças do presidente sírio, tentando forçar a submissão da cidade de Homs, mataram nesta quarta-feira mais 19 pessoas, incluindo dois jornalistas ocidentais | REUTERS/Luke MacGregor
Manifestantes batem na imagem do presidente Bashar al-Assad com sapatos durante um protesto contra o regime de Assad do lado de fora da embaixada síria, em Londres. As forças do presidente sírio, tentando forçar a submissão da cidade de Homs, mataram nesta quarta-feira mais 19 pessoas, incluindo dois jornalistas ocidentais (Foto: REUTERS/Luke MacGregor)

As forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, tentando forçar a submissão da cidade de Homs, mataram nesta quarta-feira mais 19 pessoas, incluindo dois jornalistas ocidentais, em um ataque que provocou clamor internacional a favor de uma intervenção que acabe com o derramamento de sangue.

Centenas de pessoas foram assassinadas em bombardeios diários contra Homs pelas forças de Assad que cercam a cidade e que usam artilharia, foguetes e tanques T-72 de fabricação soviética, aumentando os temores de que Assad submeta Homs à mesma devastação infligida por seu pai à cidade rebelde de Hama 30 anos atrás, que deixou mais de 10.000 mortos.

Com a paralisação da diplomacia que tinha o objetivo de parar o derramamento de sangue na Síria, e as forças de Assad intensificando as ofensivas para exterminar os rebeldes, os Estados Unidos deram a entender que poderiam armar a oposição síria.

O bairro de Baba Amro em Homs, onde foram relatadas as 19 mortes, está sendo bombardeado desde 3 de fevereiro, levando o conflito para uma nova dimensão que deve dominar as conversas "Amigos da Síria" em Túnis na sexta-feira, onde a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se reúne com autoridades e grupos de 70 países.

Em um sinal de que a carnificina está piorando na Síria, ativistas disseram que as tropas e milícias leais a Assad capturaram e mataram 27 jovens na terça-feira em vilarejos no norte do país. A insurreição contra o governo autocrático de Assad já dura 11 meses.

A Rússia, um dos poucos aliados de Assad e que pode ter alguma influência sobre ele, disse na quarta-feira que estava buscando uma passagem segura de comboios com ajuda para civis sírios presos na violência disseminada.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Alexander Lukashevich, disse que a Rússia, que é um fornecedor de armas para a Síria, pediu ao secretário-geral da ONU que enviasse um representante para entrar em contato com todos os lados envolvidos no conflito sírio pelo tráfego seguro de comboios humanitários.

"Nossa iniciativa visa fornecer segurança para os transportes de cargas humanitárias, estamos trabalhando de forma ativa com a Síria e com (os países) em volta", disse Lukashevich a jornalistas.

"Estamos trabalhando nessa área com a liderança síria e com representantes da oposição, com a Cruz Vermelha Internacional", disse.

A Cruz Vermelha pediu cessar-fogo diários para permitir que a ajuda chegasse a cidades como Homs, onde os moradores estão perto da inanição, sobrevivendo de água recolhida da chuva, vendo os feridos morrerem e amedrontados demais para sair de suas casas e abrigos.

A França instou a Síria na quarta-feira a suspender os ataques contra Homs e a permitir o acesso seguro para trabalhadores humanitários cuidarem dos feridos.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), da oposição, disse na quarta-feira que estava chegando à conclusão de que a intervenção militar era a única resposta para a crise.

"Estamos realmente perto de ver essa intervenção militar como a única solução. Há dois males, a intervenção militar ou a guerra civil prolongada", disse Basma Kodmani, uma autoridade da CNS, em uma coletiva de imprensa em Paris.Jornalistas mortos

Dois jornalistas ocidentais foram mortos quando bombas atingiram as casas em que estavam em Homs na quarta-feira, afirmaram ativistas de oposição e testemunhas à Reuters.

Os repórteres eram Marie Colvin, jornalista norte-americana que trabalhava para o jornal britânico Sunday Times, e o fotógrafo francês Remi Ochlik.

Uma testemunha disse à Reuters por telefone que bombas atingiram a casa onde eles estavam e um foguete os atingiu enquanto tentavam escapar.

Ambos eram repórteres veteranos de guerras no Oriente Médio e outros locais.

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