Bashar al-Assad foi empossado nesta quarta-feira (16) como presidente da Síria para um novo mandato, após uma eleição classificada por seus oponentes como uma fraude, mas que para os seus partidários é uma prova do fracasso de uma rebelião para tirá-lo do poder após três anos de guerra.
Após fazer o juramento de posse perante o Alcorão e uma cópia da Constituição do país, o presidente, há 14 anos no poder, fez um discurso desafiador, prometendo recuperar toda a Síria das mãos de insurgentes islâmicos.
Com aparência calma e confiante, ele repetidamente criticou o Ocidente e as monarquias muçulmanas sunitas do Golfo que financiaram e armaram os rebeldes que tomaram controle de grande parte do norte e do leste do país, mas fracassaram em derrubá-lo na capital, Damasco.
"Em breve veremos os Estados árabes, regionais e ocidentais que apoiaram o terrorismo pagarem um alto preço", disse ele em um discurso no palácio presidencial em Damasco, transmitido pela TV estatal.
A guerra Síria tem sido o campo de batalha para uma luta sectária entre grupos apoiados por Estados sunitas, incluindo a Arábia Saudita e o Catar, e o governo de Assad, apoiado pelo Irã, um Estado xiita.
No mês passado essa briga espalhou-se para o Iraque, onde um grupo separatista da Al Qaeda chamado Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL) ultrapassou a fronteira, tomou cidades, mudou seu nome para Estado Islâmico e declarou seu líder como governador de todos os muçulmanos.
O EIIL foi oficialmente rejeitado como grupo terrorista pelos Estados do Golfo que apóiam outros combatentes sunitas na Síria, mas Damasco, Bagdá e Teerã culpam os reinos do Golfo por apoiarem a militância sunita mais ampla que alimenta esse grupo.
Desde que avançou no Iraque, o EIIL também expandiu seu alcance na Síria, utilizando armas tomadas de forças militares iraquianas.
Assad assumiu o poder no país em 2000 após a morte de seu pai, Hafez, que governou a Síria por três décadas. Ele manteve firme controle em Damasco desde que a revolta começou, desafiando confiantes previsões de líderes ocidentais, incluindo do presidente dos EUA, Barack Obama, de que seria derrubado.
A revolta, que começou com manifestações pró-democracia em 2011 - que Assad classificou em seu discurso como a "falsa Primavera Árabe" - e rapidamente se transformou em uma guerra civil sectária na qual mais de 170 mil pessoas morreram. Segundo as Nações Unidas, 10,8 milhões de sírios agora precisam urgentemente de ajuda.