Um grupo de advogados lançou pétalas de rosa sobre o suposto assassino do governador paquistanês Salman Taseer, nesta quarta-feira, na chegada dele ao tribunal. Além disso, um grupo influente de acadêmicos muçulmanos elogiou o crime, porque a vítima se opunha às leis que preveem a pena de morte para os que insultam o Islã.
Mumtaz Qadri, de 26 anos, compareceu a um tribunal em Islamabad um dia após a morte de Taseer, para quem trabalhava como guarda-costas. Ao chegar, uma multidão recebeu Qadri com palmas e beijos na bochecha. Quando o suspeito saía, cerca de 200 pessoas gritaram: "A morte é aceitável para o escravo de Maomé".
Mais de 500 clérigos e acadêmicos do grupo Jamat Ahle Sunnat disseram que ninguém deveria lamentar a morte de Taseer nem rezar por ele. O grupo representa a seita barelvi, majoritária no Paquistão e que se considera moderada. Eles também advertiram os outros opositores da lei da blasfêmia. "Aquele que apoia quem cometeu uma blasfêmia é igualmente culpado", disse o grupo em comunicado, acrescentando que políticos, meios de comunicação e outros deveriam aprender a "lição dessa morte exemplar". O líder do grupo, Maulana Shah Turabul Haq Qadri, ofereceu um "tributo glorioso ao assassino, por sua coragem, valentia, honra e integridade religiosa". Qadri é um nome comumente adotado pelos mais devotos da seita barelvi.
Taseer, um extrovertido empresário de 66 anos, era governador do Punjab e um importante aliado do presidente Asif Ali Zardari, ambos do Partido do Povo do Paquistão. Hoje, o primeiro-ministro Yousaf Raza Gilani, e outros altos dirigentes do partido se somaram às 6 mil pessoas no funeral do governador, em sua residência oficial em Lahore. Milhares de policiais estavam em estado de alerta e as autoridades instalaram detectores de metal na residência.
Taseer havia pedido o fim das leis contra a blasfêmia e tinha declarado seu apoio a uma mulher cristã sentenciada à morte por supostamente ofender o profeta Maomé. As informações são da Associated Press.
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