A nova Assembleia Constituinte da Venezuela destituiu há pouco a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega. A medida sinaliza a intenção do presidente do país, Nicolas Maduro, de avançar rapidamente contra seus opositores e consolidar seu poder em meio à grave crise política do país.
Durante a votação unânime pela saída de Ortega, gritos de "traidora" e "a justiça chegou" irromperam dos 545 delegados pró-governo. Eles declararam que a medida é uma reposta à decisão do Supremo Tribunal do país, que apoia o governo e ontem votou a favor de suspender a procuradora-geral. Ortega apoiou Maduro por muitos anos, mas rompeu com o presidente em meio à escalada dos protestos contra o governo em abril, que ela qualificou como a ruptura do mandatário com a ordem constitucional do país.
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A oposição venezuelana diz que a Constituinte foi lançada por Maduro apenas para retirar poder da Assembleia Nacional, dominada pelos oposicionistas, e para perseguir quem é contra o governo.Na manhã de hoje, Ortega divulgou que foi impedida de entrar na sede da Procuradoria-Geral por dezenas de guardas da força nacional. Ela alegou que integrantes do governo estavam desesperados para ter acesso a dossiês com informações sobre negócios ilegais realizados por funcionários do alto escalão do governo, incluindo detalhes sobre milhões de dólares pagos em subornos pela empreiteira brasileira Odebrecht.
"Sabe o que eles querem com isso? Querem esconder a corrupção e a violação de direitos humanos na Venezuela, que eu vou continuar a denunciar", disse Ortega a jornalistas, fora do prédio da Procuradoria.
Os delegados da Assembleia Constituinte votaram no nome de Tarek William Saab para substituir Ortega. Saab foi recentemente criticado pela administração Trump por não cumprir seu papel como principal representante da defesa dos direitos humanos na Venezuela, após não ter defendido manifestantes contra abusos do governo de Maduro.
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