| Foto: KHALED DESOUKI/AFP

Os primeiros destroços do avião da EgyptAir que viajava de Paris ao Cairo e que caiu por causas ainda desconhecidas foram recuperados nesta sexta-feira no Mediterrâneo, perto da costa egípcia. Assentos, malas e um pedaço de corpo humano foram encontrados, de acordo com autoridades gregas.

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A hipótese de um atentado ganhou força para as autoridades egípcias e os especialistas por conta da ausência de mensagens de auxílio por parte da tripulação antes da queda repentina da aeronave.

Mais de 36 horas depois da tragédia, “aviões e navios das Forças Armadas encontraram objetos pessoais dos passageiros e destroços da aeronave 290 quilômetros ao norte de Alexandria”, afirma o exército egípcio em um comunicado.

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“A busca continua, estamos retirando da água tudo o que encontramos”, completa a nota oficial.

O ministro da Defesa da Grécia, Panos Kammenos, afirmou que os primeiros elementos encontrados correspondiam a “um membro humano, dois assentos e uma ou várias malas”.

Graças aos elementos, as autoridades esperam compreender o que aconteceu com o voo MS804, que desapareceu de modo repentino dos radares quando sobrevoava, sem problemas aparentes, o Mediterrâneo oriental.

O avião caiu no mar na noite de quarta-feira entre as ilhas do sul da Grécia e a costa mediterrânea do Egito com 66 pessoas a bordo.

De acordo com a companhia aérea havia 30 passageiros egípcios, 15 franceses, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argelino, um sudanês, um chadiano, dois iraquianos, um saudita e um kuwaitiano. O governo do Canadá informou que dois cidadãos do país estavam a bordo.

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“Todas as hipóteses estão sendo examinadas, sem privilegiar umas sobre outras, porque não temos a mínima indicação sobre as causas”, afirmou nesta sexta-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.

Parentes de passageiros do voo da EgyptAir que desapareceu durante rota de Paris a Cairo. A lista de passageiros inclui 30 egípcios, 15 franceses , um britânico e um canadense.
Parente de passageiro do voo da EgyptAir que desapareceu durante rota de Paris a Cairo. Na foto, familiares de quem estava no avião estão sendo transportados para um ponto de encontro na capital egípcia.
Parentes de passageiros do voo da EgyptAir que desapareceu durante rota de Paris a Cairo. O avião sumiu durante a madrugada de quinta (19), enquanto sobrevoava o mar Mediterrâneo.
Ministro da avião do Egito, Sherif Fathy, fala durante coletiva de imprensa no aeroporto de Cairo. Fathy disse que não descarta ataque terrorista ou problemas técnicos na aeronave.
Ministro da avião do Egito, Sherif Fathy, fala durante coletiva de imprensa no aeroporto de Cairo. O Airbus A320 caiu 22.000 pés e desviou bruscamente duas vezes no espaço aéreo egípcio antes de desaparecer dos radares, disse o ministro da defesa grego Panos Kammenos em entrevista coletiva.
Ministro francês das relações exteriores, Jean-Marc Ayrault chega em hotel em Paris. O local é o ponto de encontro com os parentes dos passageiros desaparecidos do voo MS804.
Novas informações revelam que o voo sofreu uma queda no mar Mediterrâneo. O ponto exato seria ao sul da ilha grega de Karpathos. Quando ainda estava no espaço aéreo egípcio, o avião sumiu dos radares. Na foto, ministro francês das relações exteriores, Jean-Marc Ayrault chega em hotel em Paris para encontrar parentes dos passageiros.
Primeiro ministro francês, Manuel Valls deixa o palácio presidencial depois de reunião entre os ministros para discutir o desaparecimento do avião da EgyptAir.
Familiares de passageiros do voo MS804, que iria de Paris à Cairo, chegam à hotel perto do aeroporto Charles de Gaule, em Paris.
No aeroporto de Cairo, no Egito, parentes dos passageiros desaparecidos se confortam.
Familiares dos passageiros egípcios que se encontravam no voo MS804.
Ministro junior do transporte, economia marítima e pesca, Alain Vidales fala para a imprensa sobre a queda do avião da EgyptAir. A procuradoria da França informou que abriu uma investigação sobre o caso.
Ainda em Paris na manhã desta quinta (19), o ministro francês das relações exteriores, Jean-Marc Ayrault, fala para os jornalistas sobre a queda do avião. “Neste momento, precisamos dar prioridade à solidariedade às famílias” das vítimas, disse Hollande, no palácio Eliseu, em Paris.
Funcionário não identificado da EgyptAir fala para jornalistas no Aeroporto Charles de Gaule, nos arredores de Paris, França.
Parentes de passageiros do voo MS804, que desapareceu no mar Mediterrâneo. Das 66 pessoas à bordo, 10 eram tripulantes e 15 eram passageiros franceses.

As famílias das vítimas se reuniram nesta sexta-feira com funcionários da EgyptAir, que confirmaram as últimas informações, segundo a empresa.

O ministro francês anunciou que se reunirá no sábado com parentes das vítimas em Paris para “oferecer o máximo de informações com a maior transparência”.

Especialistas no Cairo

O desaparecimento do Airbus não foi reivindicado por nenhum grupo ativo na região, como por exemplo o braço egípcio da organização Estado Islâmico (EI), que reivindicou rapidamente a explosão de uma bomba em pleno voo de um avião com turistas russos em 31 de outubro, quando sobrevoava o Sinai. O atentado matou as 224 pessoas a bordo.

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A França anunciou o envio de três investigadores e um conselheiro técnico da Airbus ao Cairo para participar nas buscas.

O Ministério Público de Paris abriu uma investigação porque o voo decolou da França e transportava franceses.

Tanto para os especialistas como para o governo egípcio uma explosão parece o cenário mais plausível, como no caso do avião com os turistas russos, que literalmente se desintegrou no ar na mesma altitude que a aeronave da EgyptAir.

No caso do avião russo, o piloto não teve tempo para enviar nenhuma mensagem.

Novo desafio para o Egito

O avião decolou do aeroporto Charles de Gaulle de Paris pouco depois das 23h00 (hora do Egito, 18h00 de Brasília) de quarta-feira (18) e tinha previsão de pouso no Cairo na quinta-feira às 03h05 (22h05 de Brasília, quarta-feira).

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A aviação civil grega indicou que a aeronave desapareceu de seus radares às 2h29 (Egito, 21h29 de Brasília), quando já estava no espaço aéreo egípcio.

O desaparecimento do Airbus acontece em um momento difícil para o Egito, que enfrenta problemas de segurança e em sua economia.

O atentado de 31 de outubro do ano passado provocou uma forte queda no turismo, um setor chave para a economia do país. O Egito enfrenta ainda uma ofensiva do grupo extremista Estado Islâmico (EI), principalmente contra as forças de segurança.

Mancha de óleo

A Agência Espacial Europeia (ESA) informou nesta sexta-feira que um de seus satélites detectou uma possível mancha de óleo ou combustível no Mediterrâneo.“Segundo a imagem do satélite, a mancha está situada (nas coordenadas) 33°32’ N/29°13’ E, 40 quilômetros a sudeste da última localização conhecida do avião”, indicou a ESA em um comunicado publicado em seu site.

“A mancha mede dois quilômetros de comprimento”, disse. A imagem foi captada pelo satélite Sentinel-1A na quinta-feira às 18h00 (13H00 de Brasília) e foi transmitida às autoridades para colaborar na investigação, acrescentou a ESA.“Desde o desaparecimento do avião, os especialistas e a ESA observam os dados dos satélites para encontrar elementos que possam indicar restos do avião ou óleo flutuando no mar”, informou a agência no comunicado.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]