Um representante do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse na terça-feira que os líderes oposicionistas são "inimigos de Deus" e de acordo com a "sharia" (lei religiosa) deveriam ser executados.
A declaração do clérigo Abbas Vaez-Tabasi coincide com manifestações que reúnem dezenas de milhares de seguidores do governo, pedindo punições aos responsáveis pelos protestos que vêm ocorrendo desde a eleição presidencial de junho, que a oposição diz ter sido fraudada para garantir a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
"Os que estão por trás da atual sedição no país (...) são 'mohareb' (inimigos de Deus), e a lei é muito clara sobre a punição a um 'mohareb'", disse o representante de Khamenei pela TV estatal.
A "sharia" estipula a pena de morte para os "mohareb."
No domingo, oito pessoas foram mortas durante manifestações contra o governo. A turbulência política no país agora parece ter entrado em uma nova fase, com confrontos mais violentos, mais prisões e apelos das forças de segurança pedindo às autoridades que ajam "firmemente" contra os líderes da oposição.
Após um fim de semana de sangrentos confrontos, desencadeados pela celebração xiita da Ashura, o governo intensificou a repressão, cercando no domingo personalidades moderadas para tentar acabar com os protestos nas ruas.
Pelo menos 20 integrantes da oposição foram detidos desde domingo, sendo três deles próximos ao dirigente oposicionista Mirhossein Mousavi, além de um cunhado dele e uma irmã da ativista Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz, segundo sites oposicionistas.
Ebadi disse à rádio France Info que as autoridades iranianas estão tentando silenciá-la ao prender sua irmã. "Esta prisão é ilegal porque minha irmã é dentista, não está de forma alguma ativa nos direitos humanos ou na política (...), e ela não participou de nenhum protesto", disse Ebadi.
De acordo com Ebadi, agentes de inteligência invadiram a casa da irmã dela na noite de segunda-feira, sem mandato judicial, e vasculharam seus pertences, levaram computadores e a detiveram.
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