O astronauta brasileiro Marcos César Pontes disse no domingo que até agora não teve qualquer problema na Estação Espacial Internacional (ISS) e que, embora animado com todas as novidades, vem conseguindo cumprir a rotina planejada e até dormir. Pontes já deu início a cinco das oito experiências programadas para realizar durante seus oito dias no espaço.

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- Como tem muita coisa para ver, não dá vontade de dormir. Mas penso no Brasil e na minha família e durmo. Posso dizer que eu me adaptei 100% ao espaço - disse o astronauta, diretamente da Estação Espacial Internacional, em conversa com representantes do governo brasileiro no Centro de Controle da Missão, em Koroliov, nos arredores de Moscou.Pontes revelou o que pensou durante a contagem regressiva e o lançamento - na manhã de quinta-feira (noite de quarta no Brasil) da nave Soyuz TMA 4, que o levou à ISS com outros dois astronautas, um americano e um russo.

- No primeiro momento, a atenção aos equipamentos é muito grande, mas depois foram vários flashes. Lembrei-me das pessoas que me ajudaram e principalmente da minha família.

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O astronauta se mostrou feliz ao ser informado sobre a grande repercussão de sua viagem no Brasil e descreveu a sensação de ver seu país do espaço:

- Quando eu vi o Brasil pela primeira vez durante o dia, tive uma sensação de muito orgulho. O Brasil é algo impressionante. Estou neste momento passando pela órbita do Golfo do México, quase chegando a Cancún, e dá para ver um cantinho do Brasil. Dá muito orgulho de ser brasileiro.

Ele falou também sobre a sensação única de ver a Terra e as estrelas do espaço:

- É uma sensação de paz muito grande quando você vê a Terra aqui de cima. Olhar para as estrelas é realmente demais.

O primeiro brasileiro a ir ao espaço se disse tranqüilo:

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- Tenho a sensação de missão realizada. Prometi ao meu país que levaria a bandeira e a levei. Cumpri a missão.

Experiência útil em elaboração de remédios

Uma das experiências mais significativas que Pontes levou à ISS foi iniciada ontem. Trata-se de um estudo do Centro de Pesquisas Renato Archer, de Campinas, e envolve a análise da substância responsável pelo brilho dos vaga-lumes. O resultado poderá ser útil no desenvolvimento de medicamentos de ação mais rápida na identificação de microorganismos causadores de doenças em reservatórios de água e até na busca de vida em outros planetas. A experiência envolve a participação direta de Pontes, treinado em Moscou para conduzir a análise.