Por anos, astrônomos observaram a estrela Proxima Centauri na esperança de encontrar um planeta - ou um sistema deles - ao seu redor. A anã vermelha é vizinha do Sistema Solar e a descoberta de um planeta que a orbitasse representaria uma possibilidade de exploração com sondas espaciais robóticas.
Assim, a alegria foi grande quando, no início de agosto, surgiu o boato de que a Organização Europeia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral (ESO, da sigla em inglês) havia descoberto um planeta, com aproximadamente a mesma massa da Terra, na zona habitável da estrela. E a história era verdadeira.
Nesta quarta-feira (24), a ESO confirmou que encontrou um exoplaneta - planeta localizado fora do Sistema Solar -, batizado de Proxima b, orbitando ao redor da Proxima Centauri. Localizada a cerca de 4,5 anos-luz da Terra, a estrela Proxima Centauri foi descoberta em 1915 e é uma das três integrantes do sistema Alpha Centauri, constelação visível principalmente do Hemisfério Sul.
Com uma massa de 1,3 em relação à da Terra, o Proxima b orbita sua estrela a cerca de sete milhões de quilômetros. A título de comparação, o Planeta Azul fica a 149,6 milhões de quilômetros do Sol. A pouca distância que separa o exoplaneta da Proxima Centauri deveria torná-lo insuportavelmente quente e inabitável. Ocorre que a estrela queima em uma temperatura bem menor que o Sol, colocando o Proxima b, assim como a Terra, em uma zona chamada de “cachinhos dourados”. Nela, a temperatura não é tão quente a ponto de fazer a água evaporar, tampouco tão fria que a faça congelar.
Além da água, o planeta também precisa de uma atmosfera para que possa abrigar vida. Esse ponto ainda não foi confirmado pelos pesquisadores, mas modelos de computador sugerem que ela existe. Outro fato preocupante é que a Proxima Centauri recebe constantemente radiação de alta energia na forma de raios-x e ultravioleta, numa quantidade 100 vezes maior em relação aos que atingem a Terra.
Esse não foi o primeiro exoplaneta a ser descoberto pelos cientistas. A diferença é que, ao contrário dos anteriores, este é o mais próximo da Terra até o momento - ainda que, por enquanto, muito longe para o homem visitar com os foguetes existentes.
Colaborou: Mariana Balan.