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Crime

Ataque a escola judaica na França deixa 4 mortos

Peritos trabalham em frente à escola onde ocorreu o atentado | ERIC CABANIS/AFP
Peritos trabalham em frente à escola onde ocorreu o atentado (Foto: ERIC CABANIS/AFP)

Quatros pessoas, incluindo três crianças, foram assassinadas a tiros nesta segunda-feira (19) em uma escola judaica em Toulouse, sul da França, por um homem em uma moto, provavelmente o mesmo atirador que matou três militares franceses na semana passada na mesma região. O crime comoveu a França em plena campanha eleitoral.

"É uma tragédia espantosa. Toda a República Francesa está afetada por este drama abominável", afirmou o presidente francês Nicolas Sarkozy, que viajou imediatamente a Toulouse.

As vítimas são três crianças, de três, seis e 10 anos, e um homem de 30 anos, anunciou o procurador da República Michel Valet.

Testemunhas afirmaram que o criminoso abriu fogo contra um grupo de pais e crianças diante do colégio judaico Ozar Hatorah, que fica em um bairro residencial de Toulouse, antes fugir em uma moto.

"Ele atirou contra tudo o que tinha pela frente, crianças e adultos. As crianças foram perseguidas até dentro da da escola", declarou o procurador à imprensa.

A forma de operar do assassino recorda a utilizada por um homem que, na semana passada, matou três militares e feriu gravemente outro na mesma região. O atirador também circulava de moto.

O criminoso utilizou duas armas, uma delas do mesmo calibre da usada no assassinato de soldados de um regimento de paraquedistas em Toulouse e Montauban.

Segundo o procurador, "existem elementos que justificam que se imagine seriamente a questão de um vínculo entre esta matança e os recentes assassinatos de militares".

A tragédia abalou a campanha presidencial francesa, que terá o primeiro turno em 22 de abril, e que nesta segunda-feira começava de maneira oficial.

Além de Sarkozy, que chegou a Toulouse acompanhado do presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), Richard Prasquier, o candidato socialista, François Hollande, também anunciou a suspensão momentânea da campanha para manifestar solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade judaica da França.

O ministério do Interior anunciou um reforço da vigilância das escolas judaicas, que já contam com medidas de proteção na França.

Patrick Rouimi, pai de um aluno, afirmou que o homem abriu fogo contra as pessoas que aguardavam em um ponto de transporte escolar.

A rua Dalou, onde fica o centro de ensino, foi isolada e centenas de policiais foram mobilizados ao redor do colégio.

Na quinta-feira passada, um homem em uma moto preta matou a sangue frio dois soldados de um regimento de paraquedistas da cidade de Montauban e feriu gravemente outro.

A justiça francesa vinculou imediatamente as mortes de Montauban com o assassinato de outro militar cometido no domingo 11 de março em Toulouse. Nos dois ataques a mesma arma foi utilizada.

Mais de 50 investigadores foram mobilizados para encontrar o autor dos crimes.

"Uma explicação? Trata-se de um antissemitismo brutal e abjeto", afirmou o dr. Charles Bensemhoun, morador de Toulouse. "Agora atiram contra crianças", completou uma mulher que estava a seu lado.

Reações ao crime

O governo de Israel afirmou estar "horrorizado". "Estamos horrorizados com este ataque. Confiamos que as autoridades francesas farão tudo para investigar o drama e levarão os responsáveis pelos assassinatos à justiça", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

O grande rabino da França, Gilles Bernheim, afirmou que estava "terrivelmente comovido" e que viajaria a Toulouse.

O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, condenou "o crime odioso (...) Não há nada mais intolerável que o assassinato de crianças inocentes".

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