Netanyahu critica ONU por atentado na França
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu criticou a ONU nesta segunda-feira (19) pelo atentado em uma escola judia na França, do qual não "ouviu falar em nenhuma condenação", enquanto seu Conselho de Direitos Humanos (CDH) recebeu no mesmo dia um dirigente político do Hamas
Sarkozy diz que tiroteio em escola é tragédia nacional
O presidente francês Nicolas Sarkozy declarou nesta segunda-feira (19) que o tiroteio que deixou quatro mortos numa escola judaica é uma tragédia nacional e prometeu achar o autor do ataque
Judeus formam comunidade de 550 mil pessoas na França
A comunidade judaica na França, em luto nesta segunda-feira (19) devido ao ataque em Toulouse que deixou quatro mortos, possui de 530 mil a 550 mil pessoas, entre elas, 20 mil a 25 mil só em Toulouse, segundo as instituições judaicas
Quatros pessoas, incluindo três crianças, foram assassinadas a tiros nesta segunda-feira (19) em uma escola judaica em Toulouse, sul da França, por um homem em uma moto, provavelmente o mesmo atirador que matou três militares franceses na semana passada na mesma região. O crime comoveu a França em plena campanha eleitoral.
"É uma tragédia espantosa. Toda a República Francesa está afetada por este drama abominável", afirmou o presidente francês Nicolas Sarkozy, que viajou imediatamente a Toulouse.
As vítimas são três crianças, de três, seis e 10 anos, e um homem de 30 anos, anunciou o procurador da República Michel Valet.
Testemunhas afirmaram que o criminoso abriu fogo contra um grupo de pais e crianças diante do colégio judaico Ozar Hatorah, que fica em um bairro residencial de Toulouse, antes fugir em uma moto.
"Ele atirou contra tudo o que tinha pela frente, crianças e adultos. As crianças foram perseguidas até dentro da da escola", declarou o procurador à imprensa.
A forma de operar do assassino recorda a utilizada por um homem que, na semana passada, matou três militares e feriu gravemente outro na mesma região. O atirador também circulava de moto.
O criminoso utilizou duas armas, uma delas do mesmo calibre da usada no assassinato de soldados de um regimento de paraquedistas em Toulouse e Montauban.
Segundo o procurador, "existem elementos que justificam que se imagine seriamente a questão de um vínculo entre esta matança e os recentes assassinatos de militares".
A tragédia abalou a campanha presidencial francesa, que terá o primeiro turno em 22 de abril, e que nesta segunda-feira começava de maneira oficial.
Além de Sarkozy, que chegou a Toulouse acompanhado do presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), Richard Prasquier, o candidato socialista, François Hollande, também anunciou a suspensão momentânea da campanha para manifestar solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade judaica da França.
O ministério do Interior anunciou um reforço da vigilância das escolas judaicas, que já contam com medidas de proteção na França.
Patrick Rouimi, pai de um aluno, afirmou que o homem abriu fogo contra as pessoas que aguardavam em um ponto de transporte escolar.
A rua Dalou, onde fica o centro de ensino, foi isolada e centenas de policiais foram mobilizados ao redor do colégio.
Na quinta-feira passada, um homem em uma moto preta matou a sangue frio dois soldados de um regimento de paraquedistas da cidade de Montauban e feriu gravemente outro.
A justiça francesa vinculou imediatamente as mortes de Montauban com o assassinato de outro militar cometido no domingo 11 de março em Toulouse. Nos dois ataques a mesma arma foi utilizada.
Mais de 50 investigadores foram mobilizados para encontrar o autor dos crimes.
"Uma explicação? Trata-se de um antissemitismo brutal e abjeto", afirmou o dr. Charles Bensemhoun, morador de Toulouse. "Agora atiram contra crianças", completou uma mulher que estava a seu lado.
Reações ao crime
O governo de Israel afirmou estar "horrorizado". "Estamos horrorizados com este ataque. Confiamos que as autoridades francesas farão tudo para investigar o drama e levarão os responsáveis pelos assassinatos à justiça", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor.
O grande rabino da França, Gilles Bernheim, afirmou que estava "terrivelmente comovido" e que viajaria a Toulouse.
O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, condenou "o crime odioso (...) Não há nada mais intolerável que o assassinato de crianças inocentes".
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