Dois ataques suicidas simultâneos contra a Universidade Internacional Islâmica de Islamabad provocaram hoje a morte de pelo menos quatro estudantes e dois supostos agressores e deixaram mais de 20 feridos, em uma aparente retaliação contra a ofensiva do Exército lançada no fim de semana para combater militantes insurgentes.
As explosões atingiram o prédio da Faculdade de Direito Islâmico, para alunos homens, e uma lanchonete restrita a mulheres. Até a noite desta terça-feira, a autoria do atentado não havia sido reivindicada por nenhum grupo.
Janelas, paredes e móveis dos locais atacados foram seriamente danificados. As explosões deixaram pedaços de corpos e sangue espalhados pelas proximidades. "O clima é de pânico, muitas pessoas já se ofereceram para doar sangue e há muitos policiais nos dois prédios", disse Qudrat Ullah, um aluno da instituição.
A polícia isolou o local e deteve um suspeito de estar ligado ao ataque. Os feridos foram enviados para um hospital próximo. "Alguns dos feridos estão em estado crítico", disse um porta-voz do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão que pediu anonimato. Segundo a fonte, o hospital também recebeu pedaços de corpos que podem ser dos terroristas.
A universidade atacada tem mais de 18 mil alunos, dos quais cerca de 2 mil são estrangeiros vindos em sua maioria de países como China, Malásia e Indonésia. No momento do atentado, entre 3 mil e 4 mil estudantes estavam no local. Apesar de ser uma entidade de ensino islâmica, muitos dos estudantes fazem cursos sem ligação à religião, como estudos da computação e ciências administrativas.
Tanto o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, como o presidente Asif Ali Zardari condenaram o ataque e ordenaram a abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Os dois líderes reafirmaram o compromisso do país de continuar lutando contra o extremismo islâmico até a derrota dos movimentos radicais.
O atentado desta segunda-feira foi o primeiro no país desde que o Exército lançou uma ofensiva no Waziristão do Sul, região considerada como uma das principais bases de jihadistas e de outras organizações radicais no país.
De acordo com a ONU, desde a semana passada, pelo menos 32 mil pessoas deixaram a região, somando-se aos mais de 80 mil refugiados que já haviam fugido da região antes do combate começar.
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