O exército egípcio matou nesta quarta-feira (8) 20 ativistas em uma ação com helicópteros no Sinai, três dias depois de um ataque atribuído a extremistas islâmicos que matou 16 soldados.
A operação aconteceu na localidade de Tumah, no momento em que as forças egípcias concentram forças perto da passagem de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, como preparação para um confronto decisivo com os grupos armados.
Uma fonte militar do Sinai, que pediu anonimato, declarou que "20 terroristas morreram" no bombardeio efetuado por um helicóptero Apache e por elementos da Segunda Divisão de Infantaria em Tumah.
Esta é a primeira vez em décadas que as Forças Armadas egípcias executam bombardeios aéreos no Sinai.
"A operação continua", completou o oficial. Outras fontes militares também mencionaram bombardeios perto de Sheikh Zuwayid.
Durante a noite, homens não identificados atacaram vários postos perto da cidade de El Arish e um soldado ficou ferido.
O exército havia prometido vingar a morte dos 16 guardas de fronteira no domingo, que foram vítimas de um ataque de "terroristas" que depois entraram no território israelense, onde foram neutralizados, com saldo de seis islamitas mortos.
Os pedidos de vingança foram retomados na terça-feira pelos meios de comunicação egípcios, durante o funeral dos 16 militares.
As forças de segurança egípcias realizaram na véspera uma vasta operação de busca e captura de suspeitos envolvidos no ataque e pretendiam fechar todos os túneis que se comunicam com a Faixa de Gaza e que serve para o abastecimento de alimentos desse território palestino, assim como para contrabando de armas dos grupos islamitas.
O Egito já fechou a passagem de Rafah, único ponto de contato do encrave palestino com o mundo exterior, já que os demais se comunicam com Israel, que os bloqueia desde que o movimento islamita Hamas tomou o poder desse território em 2007.
Israel entregou na terça-feira (7) ao Egito os corpos carbonizados dos seis militantes do comando neutralizado, informou uma fonte médica de El Arish.
Os corpos ainda não foram identificados, mas oficiais da segurança asseguram que são de beduínos e islamitas palestinos procedentes de Gaza.
O ataque de domingo evidenciou o pouco controle do governo egípcio sobre a Península do Sinai, onde os islamitas lançaram no ano passado ataques com foguetes e algumas incursões contra o território israelense.
Também constituiu a primeira crise de segurança grave para o presidente Mohamed Mursi, do movimento Irmandade Muçulmana, que mantém boas relações com o Hamas.
Mursi não assistiu ao funeral dos 16 soldados, quando foram ouvidas declarações contra a Irmandade Muçulmana e, segundo testemunhas, ocorreu uma tentativa de agressão contra o primeiro-ministro islamita Hisham Qandil.
O porta-voz de Mursi explicou que a ausência do presidente se deveu ao "caráter popular" dos atos, que colocava em risco sua segurança.
Os grupos islamitas reforçaram sua presença no Sinai depois da queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
O ataque de domingo (5) é o incidente de maior gravidade na península desde os acordos de paz israelense-egípcios de 1979, depois dos quais o Estado hebreu devolveu o controle do Sinai ao Egito.
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