O Egito começou a fechar nesta terça-feira (7) a rede de túneis que dá acesso à Faixa de Gaza, disse uma fonte de segurança, dois dias depois de um ataque atribuído em parte a militantes palestinos e que matou 16 agentes de fronteira egípcios.
Enquanto as autoridades avaliam como reagir ao mais letal ataque em várias décadas na tensa península do Sinai, onde o Egito faz fronteira com Israel e Gaza, uma multidão indignada participou do funeral militar dos guardas no Cairo.
Um repórter da Reuters na localidade fronteiriça de Rafah disse que máquinas pesadas foram levadas até o lado egípcio dos túneis, que são usados para o contrabando de pessoas, alimentos e combustíveis, o que permite que a população do pequeno território litorâneo palestino sobreviva, apesar do bloqueio econômico israelense e das restrições ao tráfego oficial na fronteira com o Egito.
"O objetivo da campanha é fechar todas as aberturas entre Egito e a Faixa de Gaza, que são usadas em operações de contrabando", disse a fonte de segurança.
O governo egípcio disse que os pistoleiros envolvidos no atentado de domingo chegaram de Gaza ao Egito pelos túneis. Israel diz que grupos jihadistas palestinos estão se infiltrando no Egito e aproveitando o vazio de segurança na região para se aliar a militantes locais com o objetivo de atacar a longa fronteira com Israel, que vai até o mar Vermelho.
Militantes do Sinai já atacaram oleodutos que levam ao Estado judeu, e também delegacias de polícia e postos de controle no lado egípcio. No ano passado, oito israelenses foram mortos em ataques desse tipo na região da fronteira.
A situação da segurança no Sinai se deteriorou fortemente desde a revolução que derrubou em fevereiro de 2011 o governo de Hosni Mubarak, que era um tradicional aliado dos Estados Unidos na região.
Ninguém assumiu a autoria do ataque, que foi o pior no Sinai desde o histórico tratado de paz de 1979 entre Israel e o Egito. Segundo o Exército egípcio, 35 militantes se envolveram na ação, e morteiros disparados de Gaza caíram na área durante o ataque.
Interditar a rede de túneis pode causar um desconforto político para o presidente Mohamed Mursi, que vinha buscando uma aproximação com o grupo islâmico Hamas, que governa Gaza, prometendo ajudar a vida dos palestinos de lá.
O Hamas, que também é hostil a Israel, mas que é visto pelos jihadistas como moderado demais, condenou a morte dos egípcios e disse que também está interditando os túneis do seu lado, além de colaborar com o Egito na identificação dos culpados.
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