Um ataque aéreo israelense com cerca de 30 mísseis contra a Faixa de Gaza, na manhã de ontem, deixou ao menos 155 mortos e 250 feridos, segundo fontes israelenses e palestinas. O bombardeio destruiu uma base do grupo radical palestino Hamas, informaram autoridades.
Emissoras de tevê locais ligadas ao Hamas transmitiram as imagens mostrando prédios totalmente destruídos e pessoas correndo pelas ruas. Segundo informações preliminares, o ataque ocorreu durante uma cerimônia no centro de Gaza.
Israel afirmou que os ataques estão apenas no início, e que a decisão para um bombardeio foi tomada na última quarta-feira, dia 24 (veja mais na página ao lado). O governo do país impõe um bloqueio ao território palestino há 18 meses. Desde então, os moradores da região têm passado por dificuldades que afetam o envio de alimentos, como de medicamentos e água.
No último dia 19, a trégua de seis meses entre os líderes de Hamas e Israel expirou e, desde então, as ameaças de ataques têm sido contínuas e mútuas.
Na sexta-feira, cerca de 12 bombas foram arremessadas em Gaza e duas crianças foram mortas por um foguete artesanal construído por milicianos palestinos. A princípio, o alvo seria Israel, mas no momento da explosão, o artefato teria falhado e atingido as crianças.
Sabah Hasuna, de 12 anos, e Haneen Abu Khusa, de 5, foram mortas em Beit Hanoun. De acordo com as autoridades, uma terceira menina foi ferida com gravidade na explosão. Fontes do movimento islamita Hamas, que controla Gaza, prometeram abrir investigação para esclarecer as circunstâncias em que aconteceu a explosão.
Segundo a agência palestina independente Maan, dez pessoas foram mortas na última semana em Gaza pela explosão não proposital ou prematura de foguetes que os milicianos se dispunham a disparar contra Israel.
O novo incidente coincide com um aumento do número de lançamentos de foguetes artesanais Qassam a partir da Faixa contra território israelense, onde pela manhã de ontem cerca de 20 projéteis desse tipo foram lançados, sem causar danos.
Também na sexta-feira, o governo de Israel anunciou a abertura das principais passagens na fronteira com a Gaza para permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino. Cerca de 80 caminhões com suprimentos como medicamentos, alimentos e outros foram encaminhados para a região. A decisão de abrir a fronteira foi tomada pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, depois de consultas com assessores militares e de apelos feitos pela comunidade internacional.
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