Um ataque suicida contra o edifício do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas em Islamabad matou nesta segunda-feira (5) cinco pessoas, além do suposto extremista, e deixou mais cinco pessoas feridas numa região atentamente vigiada da capital, onde fica a residência do presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.
Depois do ataque, a agência, que distribui alimentos para mais de 10 milhões de paquistaneses, anunciou que suspenderá temporariamente suas atividades no país. Do total de civis atendidos pelo programa, 2 milhões são refugiados internos que dependem exclusivamente dos alimentos doados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar dos muros que cercam o edifício, da intensa proteção policial e do sistema de câmeras que vigia o edifício de três andares, o extremista conseguiu entrar no local disfarçado de policial, de acordo com o ministro do Interior, Rehman Malik.
O policial paquistanês Bin Yamin, que estava no local, disse que o suicida tinha aproximadamente 20 anos e detonou os explosivos num banheiro do edifício onde trabalham diariamente 80 pessoas, 20 delas estrangeiras.
"O mais provável é que tenha sido um ataque suicida porque nós recolhemos uma cabeça e as pernas do suspeito de ter cometido a ação no local", explicou Yamin.
As agências de notícias internacionais afirmam que muitos paquistaneses suspeitam que funcionários do edifício poderiam ter cooperado com o militante suicida, já que o controle de visitantes é normalmente rigoroso, com revistas e detectores de metais.
Um dos funcionários mortos é iraquiano; os outros quatro são paquistaneses. "Todos os mortos eram heróis humanitários trabalhando na linha de frente do combate à fome num país onde o programa de assistência alimentar da ONU representa a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas", disse a diretora da agência, Josette Sheeran. A Casa Branca classificou a ação como "um ataque contra a civilização". Pelo menos duas vítimas eram mulheres.
O ataque foi o mais recente numa série de atentados atribuídos ao Taleban, que, nos últimos anos, fez de hotéis e restaurantes alvos de suas ações. Em setembro do ano passado, um caminhão carregado com explosivos foi lançado contra o Hotel Marriott, matando 52 pessoas.
Mais recentemente, o Taleban paquistanês prometeu vingar a morte de seu líder, Baitullah Mehsud, morto em agosto num ataque com um avião militar não-tripulado dos Estados Unidos na área tribal do Waziristão do Sul.
As informações são da Associated Press.
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