Ataque surpreende brasileira em Paris

"Fui dormir tranqüilamente. A rua é muito pacata; estreita, com mão única. Os carros ficam estacionados em algumas poucas vagas ou na calçada. O bairro é muito seguro, no Quartier Latin, perto do Pantheon e da Sorbonne. Ontem, acordei assustada com uma explosão. Quando vi os veículos em chamas e notei que os bombeiros ainda não tinham chegado, pensei em fugir com medo de que o fogo se alastrasse . Troquei de roupa, peguei a bolsa com documentos, passagem e dinheiro, pronta para sair correndo. Logo a rua se encheu de moradores e os bombeiros chegaram. Um dos carros queimados era de um brasileiro. Só consegui dormir lá pelas 6 da manhã. Acaba de ser anunciado um "couvre-feu", que significa toque de recolher noturno para menores de 16 anos. Tudo porque o Ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, chamou o pessoal dos subúrbios de 'ralé' e de outras coisas que os deixaram muito furiosos."

Ana Teresa Londres, médica pediatra, 53 anos, está em Paris para um curso de um mês na mais conceituada escola de culinária no mundo, a Cordon Bleu. Ana mora em Curitiba há 30 anos.