Pelo menos dez palestinos morreram nesta quinta-feira (25) e outros 30 ficaram feridos em uma série de ataques aéreos israelenses em Gaza que põem em risco a trégua declarada na segunda-feira passada.

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Os ataques aconteceram no norte da Faixa, desde onde as milícias costumam disparar seus foguetes contra Israel, e no sul, onde estão os túneis de contrabando com o Egito.

Dois dos mortos foram alvo de um foguete da aviação israelense no norte da Faixa de Gaza, informaram fontes dos serviços de emergência em Gaza, que os identificaram como membros do braço armado da Jihad Islâmica.

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Em comunicado, o Exército israelense afirmou que "um grupo de terroristas que disparou uma bomba contra a passagem de Erez foi alvo de um avião na Faixa de Gaza".

Outras vítimas foram registradas nas imediações de um dos túneis bombardeados. No final de uma busca que durou várias horas e na qual participaram escavadeiras do Ministério das Infraestruturas do Governo de Gaza, quatro cadáveres foram recolhidos do local.

O Exército israelense declarou em uma nota de imprensa que sua aviação tinha atacado uma instalação onde se armazenavam armas no norte da faixa, assim como um túnel empregado para o tráfico de armamento no sul do território.

Israel afirma que os alvos foram atacados "em resposta ao disparo de foguetes desde Gaza" contra seu território na noite da quarta-feira.

Os palestinos denunciaram que um dos alvos atingidos ao longo do dia era na realidade um clube esportivo na localidade de Beit Lahiya, onde morreram duas pessoas e outras 20, entre eles crianças e mulheres, sofreram ferimentos, segundo o porta-voz dos serviços de emergências Adham Abu Salmiya.

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Outros dois palestinos, também milicianos da Jihad Islâmica, morreram em outro ataque enquanto lançavam foguetes contra Israel.

Os ataques das últimas horas trazem pessimismo ao futuro da trégua que as milícias palestinas anunciaram na segunda-feira por pressões do movimento islamita Hamas e pelos esforços de mediação do Egito e das Nações Unidas.

"O coordenador especial da ONU, Robert Serry, expressou sua profunda preocupação que a trégua declarada recentemente em Gaza e no sul de Israel esteja em risco (..) e deplora a perda de vidas civis", informou um comunicado divulgado por seu escritório.

A escalada nos ataques nas últimas 36 horas, após um período de calma de pouco mais de um dia após a declaração da trégua, começou com a morte de um comandante regional da Jihad Islâmica, Ismail al-Asmar, na madrugada de terça-feira para quarta-feira.

Israel, que respeitava as condições da trégua, mas destacava que se tratava de uma "decisão unilateral" das milícias, explicou que Al-Asmar estava envolvido em atividades terroristas e planejava novos atentados.

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O jornal israelense "Haaretz" publicou nesta quinta-feira que o miliciano islamita transferiu fundos aos Comitês Populares de Resistência e a três islamitas egípcios para que perpetrassem o atentado.

Outras fontes e comentaristas de segurança não ofereceram até agora nenhuma explicação sobre a eliminação premeditada do miliciano em plena trégua, e se limitam a lembrar os ataques prévios das milícias nesse já tão conhecido círculo vicioso de acusações mútuas.

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