Paranaense relata situação em Oslo
Escoteiros paranaenses estavam em um shopping de Oslo, a 500 metros do local da explosão, quando ouviram um estrondo parecido com um trovão. "O chão tremeu e as vitrines das lojas balançaram", conta Luiz Fernando Vendramini, um dos coordenadores do grupo de 39 adolescentes (entre 14 e 18 anos) e 10 adultos que viaja pela Europa.
Dilma envia nota de solidariedade ao governo da Noruega
A presidente Dilma Rousseff enviou nesta sexta-feira (22) nota de solidariedade ao primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, pelos atentados ocorridos no país nórdico. Dilma afirma que "foi com profunda consternação que recebi a notícia dos atentados". "Gostaria de estender, em nome do governo e do povo brasileiros, nossos sinceros sentimentos de pesar e solidariedade ao Reino da Noruega e às famílias das vítimas."
Uma bomba explodiu na sexta-feira em meio a prédios do governo em Oslo, e um homem com farda policial em seguida abriu fogo em um acampamento juvenil numa ilha próxima, em incidentes que deixaram ao menos 90 mortos, segundo agências internacionais.
O número de vítimas fatais, segundo porta-voz da polícia norueguesa, Anders Frydenberg, ainda não é definitivo e pode aumentar.
O número de mortos subiu consideravelmente na ilha de Utoeya, que passou de 10 para 90. Na explosão na sede do governo morreram sete pessoas. O número de feridos não foi informado.
Foi o pior atentado na Europa Ocidental desde as explosões de 2005 nos transportes públicos de Londres.
Imagens: atentado destrói prédio e faz vítimas
A bomba que explodiu na metade da tarde (final da manhã no Brasil) deixou sete mortos e espalhou vidro, reboco e metal retorcido pelas ruas.
Logo depois, um homem fez disparos num acampamento juvenil do partido governista na ilha de Utoeya, a noroeste de Oslo. A polícia disse que pelo menos oitenta pessoas morreram ao tentar fugir dos tiros na pequena ilha arborizada, que foi desocupada, e onde a polícia encontrou explosivos por detonar.
"Vi os jovens correndo, se atirando na água", relatou Kristine Melby, que vive em frente à ilha, à TV Al Jazeera. "Ouvimos pessoas gritando."
O atirador, um cidadão norueguês de 32 anos, foi preso. Segundo uma emissora de TV norueguesa o homem tem ligações com a extrema direita. O duplo atentado tem algumas características da Al Qaeda, mas analistas sugerem também que militantes de ultradireita podem ser os responsáveis.
"Tenho uma mensagem a quem nos atacou e aos que estão por trás disso", afirmou o premiê, Jens Stoltenberg, numa entrevista coletiva transmitida pela TV. "Nenhuma bomba irá nos silenciar, ninguém vai nos silenciar a tiros."
A explosão que sacudiu o centro de Oslo por volta de 15h30 (10h30 em Brasília) estilhaçou vidros na sede do governo e causou danos também nos ministérios das Finanças e do Petróleo. "As pessoas corriam em pânico", disse a transeunte Kjersti Vedun.
Enquanto a polícia aconselhava as pessoas a deixarem o centro da cidade, aparentemente temendo novos ataques, Stoltenberg dizia ao canal 2 da TV local que a situação era "muito séria". Ele afirmou que a polícia o orientou a não revelar o local de onde estava falando.
"Trata-se de um ataque terrorista. É o fato mais violento a atingir a Noruega desde a Segunda Guerra Mundial", disse o deputado Geir Bekkevold, do Partido Popular Cristão (oposição).
Uma testemunha da Reuters viu soldados assumindo posições em Oslo logo depois da explosão.
No ataque na ilha, o atirador - descrito por um policial como sendo alto e loiro - teria, segundo a imprensa local, se aproveitado da confusão causada pelo atentado a bomba. A ilha atacada recebia um acampamento da juventude do Partido Trabalhista, de Stoltenberg.
"Houve muitos disparos (...). Nós nos escondemos sob uma cama. Foi muito aterrorizante", disse uma jovem no local à TV britânica Sky.
A Noruega, país integrante da Otan, já havia sofrido ameaças de militantes islâmicos devido ao seu envolvimento nos conflitos do Afeganistão e da Líbia.
O atentado ocorre pouco mais de um ano depois de três homens serem presos sob suspeita de terem ligação com a Al Qaeda e planejarem ataques a alvos na Noruega. Países vizinhos também têm sofrido alertas de segurança - em dezembro, um homem morreu em Estocolmo, capital da Suécia, ao tentar explodir uma bomba; em 2005, a Dinamarca recebeu repetidas ameaças por causa da caricaturas publicadas num jornal local que ironizavam o profeta Maomé.
Em Oslo, o prédio de uma editora que recentemente lançou uma tradução de um livro dinamarquês sobre a polêmica dos cartuns também foi afetado, mas aparentemente não era o alvo principal.
O bairro atacado em Oslo é o coração do poder na Noruega. Mas a segurança ali não costuma ser rigorosa, já que o país não está habituado à violência, e é mais conhecido por conceder o Prêmio Nobel da Paz e por mediar conflitos, inclusive no Oriente Médio e no Sri Lanka.
Um jornalista da Reuters relatou que as ruas estavam bastante tranquilas na hora do atentado - por estar no auge do verão, e principalmente numa sexta-feira, muitos moradores de Oslo estão de férias ou saíram da cidade para o fim de semana.