Doze militares e sete civis morreram em uma emboscada realizada com explosivos instalados por supostos rebeldes do Sendero Luminoso, em uma zona de serra do sudeste do Peru. As Forças Armadas peruanas confirmaram as mortes nesta sexta-feira (10).

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O ataque, ocorrido na quinta-feira, também deixou mulheres, crianças e soldados feridos. Não foi informado o número total de feridos.

Segundo o comunicado dos militares, a emboscada ocorreu no distrito de Tintaypunco, no departamento (Estado) de Huancavelica, 280 quilômetros a sudeste de Lima. O ataque começou quando os militares da segunda brigada de infantaria do comando especial retornavam para sua base em Cochabamba Grande, junto com moradores da região em caminhões particulares.

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O comando militar disse que os atacantes detonaram uma carga explosiva enterrada na estrada, debaixo de um dos caminhões, no qual iam os civis, e em seguida abriram fogo contra o comboio. Os soldados sobreviventes reagiram imediatamente e o tiroteio durou várias horas. O ataque foi o mais recente do Sendero Luminoso contra militares e a população civil.

A guerrilha, de ideologia maoísta, conduziu uma rebelião contra o governo central do Peru na década de 1980, até ser desmantelada durante a presidência de Alberto Fujimori, no início da década de 1990. Cerca de 70 mil pessoas, em sua maioria camponeses, foram mortas. O Sendero chegou a ter 10 mil militantes em seu auge, no final dos anos 80. Fujimori capturou o líder do Sendero, Abimael Guzmán, o "camarada Gonzalo", em 1992. Guzmán, um ex-professor de filosofia e mentor do grupo, cumpre pena de prisão perpétua na base militar de Callao, perto de Lima. O Sendero, embora derrotado em Lima e nas cidades, sobreviveu em regiões de montanha, onde se aliou ao narcotráfico, ao qual dá proteção em troca de dinheiro.

"Esse fato lamentável demonstra que a organização narcoterrorista Sendero Luminoso, com sua atividade sanguinária, continua a derramar o sangue de pessoas indefesas, sem poupar mulheres e crianças", assinalou um comunicado do comando militar

Desde meados de agosto, os militares peruanos realizam operações de busca de subversivos na região de Vizcatán, no departamento de Ayacucho, que faz divisa com Huancavelica.

O general Otto Guibovich, chefe militar do Peru, disse à AP na semana passada que essa foi a primeira vez em dez anos que tropas foram despachadas para enfrentar os remanescentes do Sendero em Vizcatán.

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O exército peruano enviou um milhar de soldados a Vizcatán, considerado um reduto do Sendero Luminoso e onde estima-se que se escondam 300 guerrilheiros.

Vizcatán fica perto do começo da selva e próxima ao vale do rio Apurímac, região produtora de coca, matéria-prima da cocaína. Em combates que ocorreram nos últimos dias na região, um soldado e cinco guerrilheiros foram mortos e 15 supostos guerrilheiros foram capturados, segundo o exército peruano. As informações são da Associated Press.