Um homem-bomba matou ao menos 20 pessoas em um atentado ocorrido durante o encontro de um conselho tribal na região de Orakzai, no noroeste do Paquistão, nesta sexta-feira (10), afirmaram uma autoridade e um ancião daquela tribo.
No total, 70 pessoas ficaram feridas no ataque, que ocorreu um dia depois de um atentado suicida contra a sede da polícia paquistanesa na capital Islamabad ter deixado oito policiais feridos.
A bomba explodiu quando líderes tribais aliados do governo tentavam convencer uma milícia de Orakzai a expulsar militantes de áreas consideradas redutos para os combatentes da Al Qaeda e do Taliban.
"Estávamos tentando convencer uma lashkar (milícia tribal) a expulsar o Taliban da região quando esse ataque aconteceu", afirmou à Reuters Qaemat Khan Orakzai, membro do conselho.
Kamran Zeb, principal representante do governo paquistanês em Orakzai, disse que o número de mortos poderia aumentar. "A lashkar resolveu destruir o quartel-general dos militantes na região. Pouco depois disso, ocorreu o atentado", disse à Reuters.
Orakzai era, até agora, a mais tranquila das sete regiões tribais semi-autônomas do Paquistão. Ao contrário das outras regiões, Orakzai não faz fronteira com o Afeganistão.
Nos últimos meses, em todo o Paquistão, intensificou-se uma onda de violência aparentemente como consequência de uma ofensiva do Exército contra militantes abrigados nas regiões montanhosas de Bajaur e Swat.
Em Bajaur, uma área tribal localizada ao norte de Orakzai, membros de tribos encontraram os corpos de quatro colegas que teriam sido sequestrados por militantes após haverem concordado com tomar parte de uma lashkar, afirmaram autoridades nesta sexta-feira (10).
Em um outro incidente, forças de segurança do Paquistão, com o apoio de helicópteros, mataram ao menos cinco militantes em uma ofensiva em Swat, um vale antes bastante frequentado por turistas.
Os ataques aconteceram enquanto o novo chefe do setor de inteligência do Paquistão conversava com parlamentares, em uma sessão conjunta realizada a portas fechadas, sobre as ameaças enfrentadas pelo país.
O Paquistão, linha de frente da "guerra contra o terrorismo" detonada pelos EUA, vê-se sob tremenda pressão dos norte-americanos para adotar medidas drásticas nos redutos usados por militantes em áreas de fronteira, de onde saem para realizar incursões no Afeganistão.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada em um atentado suicida, prometeu na quinta-feira livrar seu país do terrorismo.
Desde o começo de setembro, os EUA realizaram ao menos nove ataques com mísseis, dos quais ao menos um na noite de quinta-feira, e uma incursão por terra contra alvos de militantes dentro das áreas tribais do Paquistão.
Seis pessoas, entre as quais três militantes árabes, foram mortos por um avião-robô na quinta-feira, na região tribal do Waziristão do Norte.
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