Washington No ano de 2005, o mundo assistiu assombrado a 11 mil ataques terroristas, dos quais 30% no Iraque. Esses atentados mataram 14,6 mil pessoas (8.300 no Iraque), sendo que mil eram crianças. Os números, aproximados, são parte do relatório anual sobre terrorismo divulgado ontem pelo Departamento de Estado dos EUA. Como houve uma revisão metodológica, não é possível fazer uma comparação com o ano anterior, em que o órgão registra 3.129 ataques, mas dão uma base mais consistente a quem defende que a situação no Iraque se caracteriza como guerra civil e que os EUA estão longe de vencer a chamada "guerra ao terror".
No relatório, sete países são listados como apoiadores do terrorismo mundial: Cuba, Coréia do Norte, Irã, Líbia, Síria e Sudão, embora o texto reconheça esforços dos dois últimos no sentido de conter atividades terroristas. Entre as conclusões do texto, o Irã é o "Estado que mais apoia o terrorismo", o que vem ao encontro do endurecimento das declarações recentes da administração de George W. Bush em relação àquele país.
Segundo o texto, a Guarda Revolucionária Iraniana e o Ministério da Inteligência iranianos "têm envolvimento direto" no planejamento de atos terroristas. Entre as principais conclusões do texto está a de que a liderança da Al Qaeda foi prejudicada pelas ações antiterrorismo patrocinadas pelos EUA e, por conta disso, teve de investir em propaganda ideológica e contar com redes menores e mais pulverizadas. Tais redes seriam locais, mas contariam com ligações no exterior, e seriam, por essa razão, "menos previsíveis".
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