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Manifestantes protestam contra presidente sírio Bashar Al-Assad em Binsh | REUTERS/Shaam News Network/Handout
Manifestantes protestam contra presidente sírio Bashar Al-Assad em Binsh| Foto: REUTERS/Shaam News Network/Handout

Os atentados mortais se multiplicam na Síria, apesar da presença de cerca de metade dos 300 observadores internacionais da missão da ONU e da aproximação de novas sanções contra o governo.

A repressão e os combates entre soldados e desertores fizeram mais quinze vítimas.

Na província de Idleb, uma fortaleza próxima à fronteira com a Turquia de rebeldes, as forças de segurança mataram um homem e uma mulher durante uma série de ataques, segundo o OSDH.

Um civil e uma criança foram mortos na província de Hama (centro), enquanto outro recebeu disparos de um franco-atirador na região de Deir Ezzor (leste), segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Nove soldados e um desertor do exército morreram em confrontos com grupos rebeldes e forças do regime na província de Idleb, de acordo com o Observatório.

A agência de notícias estatal SANA disse que as autoridades frustraram uma tentativa de infiltração de um "grupo terrorista armado" da Turquia e entraram na cidade de Jisr al-Shughur, em Idleb.

Forças sírias mataram e feriram "terroristas", enquanto o restante fugiu para a Turquia, acrescentou a SANA, dizendo que as armas dos grupos foram apreendidas.

As tropas do governo também se enfrentaram com os rebeldes em Homs e em muitas áreas da província de Damasco.

Neste sábado, oito militantes, entre eles a blogueira Razan Ghazzawi, um dos símbolos da contestação, foram libertados até seu julgamento, no fim do mês, por "posse de publicações proibidas", de acordo com o defensor dos direitos humanos Anuar Bunni.

Dois jornalistas turcos também foram libertados depois de dois meses de prisão na Síria, graças a mediação do Irã.

O cinegrafista Hamit Coskun e o jornalista Adem Özköse, do jornal de tendência islamita Milat, tinham entrado na Síria no início de março para realizar um documentário sobre a situação neste país vizinho da Turquia.

A comunidade internacional, que acaba de enviar mais 145 observadores, quase metade de um total de 300 que devem chegar ao país para monitorar a aplicação do cessar-fogo, tem sido incapaz de acabar com a violência, que já matou ao menos 12.000 pessoas em 14 meses de contestação, de acordo com Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O regime de Bashar al-Assad afirma que combate "gangues terroristas armadas" e as culpa pelos ataques que atingem o país desde dezembro de 2011.

Esses ataques aumentaram recentemente, particularmente desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 12 de abril, que é diariamente violado.

Muitos desses ataques foram reivindicados por um pequeno grupo obscuro, a Frente al-Nosra, desconhecida até o início da revolta na Síria.

Neste sábado, o grupo extremista reivindicou a autoria dos atentados que mataram 55 pessoas na quinta-feira em Damasco, segundo a imprensa oficial.

O grupo afirmou que os atentados foram "uma resposta ao bombardeio do regime aos bairros residenciais".

O jornal do governo As-Sura culpou a Al-Qaeda, apoiada pelos "Estados Unidos e o ocidente".

Já a oposição afirmou que o regime realiza estes ataques para sabotar o plano de paz e de saída da crise do emissário internacional Kofi Annan.

O enterro das vítimas de quinta-feira foi realizado no início da tarde deste sábado em Damasco, com a presença de membros do regime.

Na sexta-feira, dia tradicional de mobilização desde o início da revolta, em março de 2011, dezenas de milhares de sírios enfrentaram os disparos das tropas para demonstrar sua oposição ao regime. A violência provocou a morte de 17 pessoas, entre elas 12 civis.

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