Repúdio
"Ele devia ter se suicidado", diz pai de atirador
Folhapres
Jens Breivik, o pai do suspeito pelo massacre de 76 pessoas na Noruega, afirmou ontem que Anders Behring Breivik deveria ter cometido suicídio em vez de realizar a matança de sexta-feira.
"A última coisa que ele deveria ter feito, em vez de matar tantas pessoas, era se matar. [...] Nenhum pessoa normal faria algo assim", disse Jens ao canal de televisão norueguês TV2.
Jens está sob proteção policial em sua casa no sul da França, onde vive com sua segunda mulher. Ele declarou-se comovido com a situação e afirmou que não vê o filho há mais de 15 anos.
"Estava lendo as notícias na internet e, de repente, vi seu nome e sua foto. Ainda não consegui me recuperar da comoção", declarou o aposentado, que vive numa cidade francesa, preferindo não ter o nome revelado. "Estou comovido, é terrível ouvir algo assim", acrescentou, afirmando ignorar as atividades às quais se dedicava o filho. Jens se divorciou da mãe de Anders quando ele nasceu. Ele disse ter perdido o contato em 1995, quando seu filho tinha 15 ou 16 anos.
"Quando era mais novo, era um menino normal, mas retraído, e não se interessava por política", disse o pai.
Num manifesto de mais de 1.500 páginas publicado sob pseudônimo na internet, o extremista de direita Anders Behring Breivik, indiciado ontem pelos ataques que na sexta-feira resultaram na morte de pelo menos 76 pessoas na Noruega, cita o Brasil como exemplo dos supostos malefícios sociais da miscigenação. Breivik acusa ainda uma aliança entre marxistas e multiculturalistas de tentar desqualificar por meio de propaganda todos os conservadores como "ignorantes e intolerantes inatos movidos pelo ódio a toda e qualquer minoria", o que, segundo ele, "está tão distante da realidade quanto possível".No texto, o extremista norueguês de 32 anos de idade defende que os conservadores "precisam tomar o poder político e militar por meio de uma combinação de luta armada e democrática" para evitar que prevaleça "um modelo de bastardização contínua, muito similar ao brasileiro", atribuído por ele à mistura de raças.
"Essas políticas provaram ser uma catástrofe para o Brasil e para outros países que institucionalizaram e facilitaram a miscigenação disseminada de asiáticos, europeus e africanos", escreve o suposto autor do massacre na página 1.153 do manifesto intitulado "Uma Declaração Europeia de Independência", publicado sob o pseudônimo Andrew Berwick.
"O Brasil estabeleceu-se firmemente como um país de segundo mundo com um grau extremamente baixo de coesão social. Os resultados disso são evidentes e manifestam-se pelo elevado grau de corrupção, pela falta de produtividade e por um eterno conflito entre diversas culturas concorrentes", escreve o extremista.
Na opinião dele, a variedade de "subtribos recém-estabelecidas" sabota qualquer esperança de se atingir no Brasil "o mesmo grau de produtividade e harmonia" da Escandinávia, da Alemanha, da Coreia do Sul e do Japão e a aplicação do mesmo modelo na Europa seria "devastador e nacionalmente retrógrado".
Breivik tenta justificar os motivos da oposição conservadora à miscigenação, à adoção de não-europeus e à imigração em massa de estrangeiros para a Europa alegando que tais fatores seriam prejudiciais "à unidade de nossa tribo".
"Um país que possua culturas competindo entre si acabará fragmentado por dentro no longo prazo ou então se tornará um país permanentemente disfuncional, como o Brasil e nações similares", argumenta o extremista.
Na argumentação ultraconservadora de Breivik, um país "próspero e estável" depende de cinco "fatores primários": o Islã não pode estar presente; o povo deve ser etnicamente homogêneo; a população deve ser educada e ter QI elevado; políticas culturais conservadoras e nacionalistas devem ser aplicadas, com algum grau de protecionismo financeiro; e políticas de livre mercado.
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