Os dois atentados registrados na quarta-feira em Argel deixaram 33 mortos, segundo um novo balanço anunciado à imprensa nesta quinta-feira pelo ministro do Interior, Nureddin Zerhuni.
O balanço anterior, da Defesa Civil, era de 24 mortos e 222 feridos.
Segundo Zerhuni, que visitou vários hospitais, só restam 57 feridos internados. Os outros receberam alta e voltaram para casa.
Em um comunicado publicado na quarta-feira, em um site islamita, a Al-Qaeda no Magreb reivindicou os atentados e afirmou que foram cometidos por três camicases.
A Argélia acordou nesta quinta-feira tomada pela angústia de uma volta aos "anos sombrios" do terrorismo, depois que um dos atentados da véspera atingiu um dos símbolos do poder, o Palácio do Governo.
As famílias das vítimas começaram a enterrar seus mortos, que, segundo o ritual muçulmano, devem receber uma sepultura nas 24 horas seguintes a seu falecimento.
As ruas da capital permaneciam desertas, principalmente El-Biar, no centro da cidade, assim como as Praças dos Mártires, Porto Said e Primeiro de Maio, habitualmente movimentas na véspera do fim de semana muçulmano (quinta e sexta).
Os agentes de segurança, não muito superior em número como de costume, controlavam o escasso trânsito e faziam os motoristas diminuir a velocidade.
A cidade Cinco de Julho de Bab Ezzouar, na periferia leste, cenário do outro atentado, também estava vazia.
"Estou angustiado de novo", confidenciou Amria Abdelmumen, diretor de uma empresa pública, recordando os anos difíceis de terrorismo, entre 1990 e 2000, quando vivia "com temor diário de sair de casa e não voltar mais".
Argel não sofria um atentado há quase cinco anos. Como as outras grandes cidades argelinas é cercada de barreiras na entrada das áreas habitadas. Nos últimos dias foram registrados vários alertas de bomba e, inclusive, alguns artefatos chegaram a ser desativados.
No sábado passado foi registrado um violento confronto entre o Exército e um grupo islamita em Ain Defla (oeste), o que custou a vida de nove militares.