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Os combates se intensificaram nesta terça-feira na cidade de Zinjibar, que está sob o controle da rede Al Qaeda e outros grupos islâmicos, no sul do Iêmen, causando a morte de pelo menos 15 pessoas. Pouco antes, os Estados Unidos pediram ao presidente Ali Abdullah Saleh que entregue o poder pacificamente.

Saleh partiu no fim de semana para a Arábia Saudita para se submeter a uma cirurgia por causa dos ferimentos sofridos durante um ataque a seu palácio na semana passada, em Sanaa --uma ausência que poderia ser uma oportunidade de desalojá-lo do cargo, depois de quase 33 anos governando o país, uma nação árabe pobre.

As potências mundiais temem que o caos possa facilitar as operações do braço da Al Qaeda no Iêmen e multiplicar os riscos para a Arábia Saudita e países vizinhos, grandes produtores de petróleo.

"Estamos pedindo uma transição pacífica e ordeira", disse na segunda-feira a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, acrescentando que isso seria o melhor para os interesses do povo iemenita.

O líder interino do Iêmen, o vice-presidente Abu-Rabbu Mansour Hadi, disse que Saleh retornaria dentro de alguns dias, mas a posição da Arábia Saudita, que tradicionalmente tem influência na política iemenita, poderá agora ser decisiva.

Autoridades sauditas dizem que não vão interferir na decisão de Saleh de retornar a seu país ou não, mas potências ocidentais podem querer reavivar um acordo de transição negociado pelo Conselho de Cooperação do Golfo com o objetivo de obter a renúncia dele.

"A partida de Saleh provavelmente é permanente", disse Robert Powell, analista para o Iêmen na Economist Intelligence Unit.

"Os sauditas, bem como a União Europeia e os EUA, estão pressionando duramente para que ele fique na Arábia Saudita, já que enxergam o prospecto do seu retorno como uma catástrofe.

"Antes de sua partida, o país estava se encaminhando inexoravelmente para uma guerra civil. No entanto, sua remoção abriu repentinamente uma janela diplomática para retomar a proposta do Conselho, que parecia fracassada. Parece que a Arábia Saudita e outras partes interessadas não têm interesse em permitir que Saleh o arruíne (o acordo) desta vez."

A Al Qaeda na Península Arábica -- que usa o Iêmen como base para tentar realizar ataques ousados na Arábia Saudita e EUA -- e outros militantes islâmicos assumiram o controle de Zinjibar, no sul, cerca de dez dias atrás. A cidade fica perto de uma área de passagem de navios que transportam cerca de 3 milhões de barris de petróleo diariamente.

Soldados iemenitas e moradores aumentaram os combates para retomar Zinjibar, disse uma autoridade local. A previsão é que ocorram mais vítimas na cidade, que tinha 50 mil habitantes, mas agora é quase um lugar fantasma por causa da batalha pelo seu controle. .

Também houve novos combates na cidade de Taiz, ao sul de Sanaa.

Na capital, vem sendo mantido um cessar-fogo mediado pela Arábia Saudita, depois de duas semanas de confrontos entre as forças de Saleh e as de tribos iemenitas, durante os quais mais de 200 pessoas foram mortas e milhares fugiram da cidade.

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