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2º turno

Autoridades eleitorais afegãs são afastadas antes do 2º turno

Os chefes de metade das zonas eleitorais do Afeganistão serão demitidos para evitar fraudes no segundo turno da eleição presidencial, que será decisivo para a credibilidade do país e o apoio internacional, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

Após dias de negociações diplomáticas, o presidente Hamid Karzai aceitou na terça-feira disputar um segundo turno em 7 de novembro contra o seu rival Abdullah Abdullah.

Inicialmente, Karzai havia obtido maioria absoluta no primeiro turno, em 20 de agosto, mas uma investigação comandada pela ONU anulou dezenas de milhares de votos, o que fez com que a votação dele caísse para 48,3 por cento.

"Mais de metade dos coordenadores de campo dos distritos estão sendo substituídos para evitar qualquer tentativa de fraude, ou porque houve queixas feitas contra eles por candidatos e observadores", disse Aleem Siddique, porta-voz da ONU, na quarta-feira em Cabul.

Segundo ele, foram demitidos 200 dos 380 coordenadores distritais. A investigação da ONU apontou evidências disseminadas de fraudes e manipulação.

A decisão de Karzai de aceitar o segundo turno atenuou a tensão com o Ocidente e removeu um empecilho à definição de uma nova estratégia militar norte-americana para o Afeganistão, o que pode incluir o envio de dezenas de milhares de soldados adicionais.

Muitos políticos do Partido Democrata dos EUA são contra o envio de reforços, enquanto o Partido Republicano diz que a demora na definição da nova estratégia está fortalecendo o Taliban.

O secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, negou que haja divisões entre assessores civis e militares do governo. "Esses rumores sobre algum tipo de racha simplesmente não são exatos e não refletem o estreito esforço de trabalho entre nossos militares e civis", disse Gates em entrevista coletiva na quarta-feira, durante visita ao Japão.

Gates afirmou que as dúvidas sobre a legitimidade do governo afegão não serão resolvidas apenas com o segundo turno, e qualificou a situação como um "processo evolutivo".

"Claramente, ter o segundo turno, deixá-lo para trás e seguir adiante é importantíssimo", afirmou.

As autoridades eleitorais agora enfrentam um pesadelo logístico, pois têm pouco mais de duas semanas para preparar o segundo turno, antes que o rigoroso inverno afegão torne o montanhoso interior do país praticamente inacessível.

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