Os esforços diplomáticos para terminar com meses de crise política e protestos contra o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, apresentaram avanços, disse um representante da oposição neste domingo (20). As diferenças estariam agora se limitando a quem controlaria o Exército durante o período de transição.
Os progressos rumo a um acordo ocorrem depois que centenas de soldados da Guarda Republicana, uma força de elite comandada por Ahmed, filho de Saleh, desertaram e se juntaram às manifestações de oposição.
Um líder opositor disse que as negociações com representantes do governo, mediadas pelo enviado das Nações Unidas, Jamal Benomar, se aproximaram de um acordo. Haveria a transferência do poder para o vice de Saleh, Abd-Rabbu Mansour Hadi, antes das eleições presidenciais antecipadas.
"Há progressos nas negociações," afirmou à Reuters um líder da oposição que pediu para não ser identificado."As diferenças agora são sobre a autoridade militar do presidente. A oposição defende que esses poderes sejam transferidos para um comitê, que seria responsável pelas Forças Armadas, até a eleição de um novo presidente."
Saleh, há 33 anos no poder, manteria o seu título durante o período de transição, mas Hadi tomaria o seu poder. Segundo os opositores, Saleh quer o controle sobre os militares, enquanto a oposição deseja o poder de dispensar comandantes que desobedecerem as ordens.
Saleh, que já recuou de assinar outros acordos, disse a soldados da Guarda Republicana no sábado que ele avaliava deixar o poder.
"Nós, na Presidência do Estado, podemos nos sacrificar pela nação, mas vocês vão ficar, vocês são o presente, a autoridade do poder", afirmou ele, segundo a agência de notícias oficial do país Saba.
No sábado, o partido de Saleh declarou que um acordo para implementar a iniciativa do Golfo poderia estar pronto em dois dias. Logo depois, um representante da oposição descartou a possibilidade de um desfecho tão rápido.
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