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Após uma tentativa fracassada de retornar a Honduras, o presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe, pousou na Nicarágua, segundo a agência de notícias France Presse. Ele diz que continuará buscando o apoio da comunidade internacional para retomar seu posto no governo hondurenho. "Não vão impedir que façamos tudo o que tenhamos que fazer", disse Zelaya à rede de TV venezuelana Telesur, que acompanhou sua tentativa de retorno.
Segundo a rede de TV, Zelaya pediu "em nome de Deus" que o deixassem pousar, mas não recebeu permissão. A pista de pouso estava coberta com veículos das Forças Armadas hondurenhas, que impediram o pouso da aeronave venezuelana que carrega o presidente. Zelaya disse que pretende se reunir com os membros da comissão integrada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, pelos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner; do Paraguai, Fernando Lugo, e do Equador, Rafael Correa, que estão em El Salvador observando a situação.
Confronto
Choques entre as tropas de Honduras e um grupo de manifestantes a favor do presidente deixaram feridos neste domingo (5). Segundo informou um oficial de polícia à agência de notícias France Presse, há mortos e feridos em razão dos confrontos. "Temos dois mortos e dois feridos", disse o comissário Mendoza.
O confronto ocorre em meio à expectativa enquanto o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, partiu de avião de Washington para Tegucigalpa, capital hondurenha, com a intenção de retomar seu cargo após um golpe no país da América Central. A informação é da rede televisiva venezuelana Telesur, que tem jornalistas a bordo do avião.
No entanto, o diretor da Aeronáutica Civil de Honduras, Alfredo San Martín, assegurou que o avião que transporta Zelaya aterrissará em El Salvador e não chegará a seu destino, porque não tem autorização para pousar em território hondurenho. Segundo San Martín, o controle aéreo de Honduras não recebeu os dados técnicos do avião, indispensáveis para a autorização do pouso.
'Pare o massacre'
Ao saber do confronto no avião, Zelaya se dirigiu ao general Romeo Vásquez, chefe do Estado Maior das Forças Armadas hondurenhas, pedindo que ele "pare o massacre". "Não destrua o seu povo e a sua família. O povo está nas ruas. Pare essas tropas, general. Pare esse massacre", declarou Zelaya.
Companhia
O presidente equatoriano, Rafael Correa, disse que Zelaya irá acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto. "Há muita mobilização em Tegucigalpa e nós não sabemos se o governo interino ou o chefe do Exército vai ousar repreender essas pessoas. Então decidimos que a coisa mais prudente a fazer seria que Miguel D'Escoto fosse com ele." O aeroporto internacional da capital está tomado por forte presença militar.
Correa, junto com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Jose Miguel Insulza, a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente paraguaio, Fernando Lugo, irão viajar a El Salvador para monitorar o retorno de Zelaya.
Pedido
Zelaya convocou seus apoiadores no país a comparecerem ao aeroporto para lhe receber. O arcebispado da Igreja Católica no país pediu que Zelaya não volte, pois isso poderia dar início a confrontos sangrentos. No sábado (4), quase 10 mil pessoas protestaram em frente ao palácio presidencial.
Zelaya postou uma mensagem de vídeo na internet pedindo que os apoiadores compareçam ao aeroporto de Tegucigalpa. "Eu peço a todos os trabalhadores do campo, das cidades, índios, jovens, amigos, que me acompanhem em meu retorno a Honduras. Não tragam armas. Pratiquem o que eu sempre preguei: a não-violência."
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