Confrontos sectários eclodiram na quinta-feira em uma escola do Bahrein, alimentando temores de que uma passeata marcada para sexta-feira inflame o pequeno país do golfo Pérsico, onde a maioria xiita da população se diz discriminada pela monarquia sunita.
As manifestações no Bahrein, sede da Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos, são as maiores desde 1990, e começaram no mês passado, quando manifestantes saíram às ruas inspirados nas revoltas que derrubaram os governos do Egito e da Tunísia.
Sete pessoas foram mortas em confrontos com forças de segurança, e milhares de jovens do movimento 14 de Fevereiro ainda ocupam a praça da Pérola. Mas a oposição se mostra cada vez mais dividida.
Líderes moderados pediram aos mais radicais que cancelem a passeata de sexta-feira até a corte real, alertando que ela poderia provocar confrontos entre xiitas e sunitas.
Enquanto o partido Wefaq, o maior da oposição, defende reformas constitucionais, uma coalizão de partidos minoritários, responsáveis pela organização da passeata, propõe a proclamação da república -- perspectiva que aterroriza sunitas temerosos de jogar o país nas mãos do Irã, um país xiita e não-árabe.
A passeata de sexta-feira está programada para se dirigir ao bairro de Riffa, onde vivem sunitas e membros da família real. A expectativa é de que esse protesto reúna só algumas centenas de pessoas, enquanto o Wefaq realizará uma manifestação em que são esperadas dezenas de milhares.
Políticos e ativistas de todos os lados esperam que civis sunitas saiam às ruas para bloquear o avanço dos xiitas radicais.
"Amanhã será um dia difícil", disse uma fonte política, que se recusou a dar seu nome. "Se eles fizerem a jornada, serão recebidos por pessoas à paisana, e não pelas forças de segurança. Esses manifestantes estão tentando sabotar o processo político, porque em uma eleição não poderiam ganhar uma só vaga parlamentar se tentassem."
Na quinta-feira, testemunhas disseram ter havido uma briga numa escola na localidade de Sar, onde vivem xiitas e sunitas. O confronto teria começado quando alunos xiitas iniciaram um protesto contra o governo.
Eles relataram que pais de famílias naturalizadas -- sunitas oriundos principalmente da Síria e do Paquistão, mas com passaporte barenita -- foram até a escola. Pais xiitas chegaram depois, e o confronto começou.
Os xiitas se dizem preteridos no acesso a empregos nas forças de segurança, e acusam os governantes sunitas de estarem tentando alterar o equilíbrio sectário do país ao aceitar estrangeiros sunitas na polícia. O governo nega que haja práticas discriminatórias.
Centrão não quer Bolsonaro, mas terá que negociar com ex-presidente por apoio em 2026
“Por enquanto, eu sou candidato”, diz Bolsonaro ao descartar Tarcísio para presidente
Ucrânia aceita proposta dos EUA de 30 dias de trégua na guerra. Ajuda militar é retomada
Frei Gilson: fenômeno das redes sociais virou alvo da esquerda; ouça o podcast