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Bahrein se dispõe a dialogar e aceita volta de ativista

O Bahrein quer um diálogo nacional sem restrições e com a presença de "todo tipo de gente", inclusive um líder oposicionista xiita que está no exílio, disse o chanceler do reino na quinta-feira.

"O que está acontecendo no Bahrein é uma nova transformação, um novo começo para nossas reformas que começaram há uma década", disse o xeique Khaled bin Ahmed al-Khalifa à Reuters.

"Tudo pode ser trazido para a mesa", afirmou ele, admitindo inclusive a hipótese de uma mudança no gabinete em resposta às manifestações da maioria xiita da população, que se diz discriminada pela monarquia sunita.

Sete pessoas foram mortas em distúrbios na semana passada, os piores na ilha desde a década de 1990.

O xeique Khaled disse esperar que negociações formais com a oposição comecem nos próximos dias, e que o líder xiita do partido Haq, radicado em Londres, pode voltar ao Bahrein.

Mushaimaa está retido em Beirute desde terça-feira, quando as autoridades o proibiram de embarcar num voo para Manama, porque seu nome constava em um mandado internacional de prisão. Uma fonte judicial libanesa disse que o passaporte de Mushaimaa foi apreendido, mas que ele não está sob custódia.

Ele foi um dos 25 acusados de participar de uma suposta tentativa de golpe no ano passado, e estava sendo julgado à revelia no Barein. Mas o governo libertou na terça-feira os outros réus, como um dos vários gestos para tentar aplacar as manifestações.

Em nota na segunda-feira, o rei Hamad bin Isa sugeriu que o processo pode ser arquivado. Uma autoridade libanesa disse que seu país está verificando a situação junto ao Bahrein.

O partido Haq é mais radical que o também xiita e oposicionista Wefaq, do qual se separou em 2006, quando o Wefaq contestou o resultado de uma eleição parlamentar. Vários líderes do Haq foram presos nos últimos anos, mas acabaram recebendo o perdão real.

Os manifestantes barenitas exigem a adoção de uma monarquia constitucional, em vez do atual sistema, que elege um Parlamento sem poderes, enquanto o poder permanece com uma elite centrada há 200 anos em torno da dinastia sunita Al Khalifa.

O primeiro-ministro, que é tio do rei, está no cargo desde o fim do colonialismo britânico, em 1971.

O partido Wefaq queixou-se de que não houve "progresso algum" depois do anúncio de diálogo, do qual diz que só participará se houver garantias expressas de adoção da monarquia constitucional.

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